
Por João Silva, correspondente internacional
Noite de quarta-feira no Brasil e manhã de quinta-feira no Japão, três ministros do governo japonês anunciaram suas renúncias devido a um escândalo de subornos que envolve integrantes do partido governista. Yasutoshi Nishimura, ministro da Economia e Indústria, Junji Suzuki, ministro do Interior, e Ichiro Miyashita, ministro da Agricultura, deixaram seus cargos em meio à crise política que abalou o país.
De acordo com a imprensa local, cinco vice-ministros também estão envolvidos no caso e espera-se que o secretário chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno, também renuncie. O escândalo veio à tona após denúncias de que membros do Partido Liberal Democrático (PLD) teriam recebido US$ 3,4 milhões em subornos.
A repercussão do escândalo teve impacto direto na popularidade do premiê japonês, Fumio Kishida, que viu sua aprovação cair para cerca de 23%. Pesquisas apontaram também que o apoio ao PLD caiu para menos de 30%, atingindo o nível mais baixo desde 2012. O partido governa o Japão de forma quase ininterrupta desde meados do século 20.
Analistas políticos compararam o caso atual ao escândalo Recruit, que ocorreu no final da década de 1980 e levou à renúncia do então premiê Noboru Takeshita e outros altos funcionários do governo, devido a alegações de abuso de informação privilegiada.
Em resposta à crise, Kishida afirmou que fará “mudanças” no governo para restabelecer a confiança da população. Enquanto isso, a Promotoria japonesa se recusou a comentar as investigações em andamento, mantendo o clima de expectativa no país.
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