Polícia Civil conclui inquérito sobre abordagem a jovens negros filhos de diplomatas no Rio, não detectando racismo ou injúria racial.
Os jovens, que estavam fazendo turismo na cidade, foram abordados enquanto estavam na porta de um prédio em Ipanema, acompanhados de um amigo branco. Em depoimento, os adolescentes negros e o amigo branco afirmaram que não foram alvo de xingamentos ou palavras ofensivas de cunho racial por parte dos policiais.
Segundo a Polícia Civil, as imagens das câmeras corporais usadas pelos policiais confirmaram que não houve tratamento diferenciado na abordagem dos quatro jovens. O relatório final do inquérito indicou que não houve intenção de cometer o crime de injúria racial nem de racismo.
Antes da abordagem aos jovens, os policiais alegaram ter sido informados por um turista estrangeiro que havia sido vítima de roubo. As características dos suspeitos relatadas pelo turista coincidiam com o grupo de jovens negros, o que motivou a abordagem.
A advogada que representou os jovens durante o processo afirmou que as famílias ficaram surpresas e indignadas com o relatório da Polícia Civil. Ela apontou que as imagens evidenciaram um tratamento discriminatório, com os jovens negros sendo abordados de forma mais agressiva do que o amigo branco que os acompanhava.
Diante das conclusões do inquérito, as famílias dos jovens manifestaram sentir-se vitimizadas novamente e denunciaram a postura dos policiais na abordagem. A advogada ressaltou a importância de se reconhecer a existência de perfilamento racial nesse tipo de situação e destacou a necessidade de medidas para evitar abordagens discriminatórias no futuro.
