
Recentemente, uma pesquisa realizada pelo Datafolha com 1.092 eleitores da cidade de São Paulo revelou que quase 80% deles acreditam que as eleições na Venezuela, ocorridas em 28 de julho, possam ter sido fraudadas. Esse resultado chamou a atenção da população e gerou debates acalorados sobre a legitimidade do pleito.
O ditador Nicolás Maduro, declarado vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, teve seu resultado contestado por opositores do regime e organizações independentes. A falta de reconhecimento desse resultado por parte de diversos países, incluindo o Brasil, intensificou as discussões em torno do tema.
O instituto de pesquisa também avaliou o nível de informação dos eleitores paulistanos em relação aos acontecimentos na Venezuela. Dos entrevistados, 24% afirmaram se sentir bem informados, enquanto 31% se consideraram mais ou menos informados e 12% admitiram se sentir mal informados. Surpreendentemente, 33% afirmaram não ter tomado conhecimento dos resultados eleitorais no país vizinho.
Em relação à divisão por escolaridade, os dados revelaram que 85% da população com ensino superior acredita na possibilidade de fraude, enquanto entre aqueles com apenas o ensino fundamental completo esse número cai para 74%. Além disso, eleitores identificados como bolsonaristas foram os que mais apontaram para potenciais irregularidades, com 89% dos entrevistados manifestando essa preocupação.
O líder da coalizão antichavista, María Corina Machado, e seu representante nas urnas, Edmundo González, afirmaram ter coletado mais de 80% das atas eleitorais, que indicariam uma vitória de González com 67,2% dos votos. Essas informações foram disponibilizadas online, e uma análise realizada por um projeto independente constatou que as cópias virtuais divulgadas pela oposição correspondem fielmente aos documentos físicos, reduzindo a possibilidade de fraude.
Diante desse cenário, a população encontra-se dividida em relação à legitimidade das eleições na Venezuela, levantando questionamentos importantes sobre a transparência e a confiabilidade do sistema eleitoral do país vizinho.