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Nesta segunda-feira (12), aos 96 anos, faleceu o renomado economista Antônio Delfim Netto. Ele ocupou cargos importantes como ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, além de ter sido deputado federal. Delfim estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, há uma semana, devido a complicações relacionadas à sua saúde.
Delfim foi uma figura central no período conhecido como “milagre econômico”, sendo um dos ministros da Fazenda que mais tempo permaneceu no cargo, atuando de 1967 a 1974 durante os governos militares. Em 1968, ele apoiou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), medida que teve impacto significativo na política brasileira, permitindo a cassação de políticos eleitos, entre outras ações controversas.
Além de sua carreira política, Delfim foi professor emérito na USP, ocupou o cargo de ministro do Planejamento e atuou como embaixador do Brasil na França. Após o regime militar, ele também foi deputado federal por duas décadas.
Entre 1968 e 1973, o Brasil viveu um período de crescimento econômico intenso, mas que resultou em inflação elevada e endividamento externo. Delfim defendia a necessidade de incentivar a produção para depois distribuir os resultados, porém a realidade não seguiu esse modelo.
Em 2013, durante a Comissão da Verdade, Delfim declarou que apoiaria novamente o AI-5 em certas condições, levantando polêmica. Apesar de seus laços com os militares, ele também aconselhou o presidente Lula em seu governo.
Recentemente, Delfim esteve envolvido em investigações da Operação Lava Jato, que o acusaram de receber valores indevidos. Ele negou as acusações, alegando que os serviços foram prestados conforme acordado.
O velório de Delfim Netto será restrito a familiares, deixando como legado uma filha e um neto