
Delfim: um camaleão na política brasileirapassou a desfrutar da democracia que ajudara a asfixiar. Surgiu a terceira personalidade de Delfim. Como Mister Roldanas, livrou-se das certezas que o poder desmedido lhe proporcionara. Virou um cultor da tolerância.
Ao longo dos anos, Delfim transitou da direita à esquerda, tornando-se consultor de presidentes. Primeiramente, ofereceu conselhos a Lula, a quem admirava como um “gênio”. Posteriormente, interagiu com Dilma, que acusou de “não saber escutar”. Em seguida, foi a vez de Temer. Sob Bolsonaro, Delfim oscilou entre o erro e o acerto.
Em 2018, errou ao prever que o capitão seria controlado pelos generais que o acompanhariam no Planalto. No entanto, viu-se o contrário. Os comandantes bolsonarizaram-se. Já em 2021, Delfim acertou ao antecipar a eleição do então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
Chamado por Bolsonaro para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio foi aconselhado por Delfim a tentar a sorte em São Paulo. Entre a descrença dos outros e a confiança de Delfim, o ministro decidiu enfrentar o desafio. Aos 90 anos, Delfim manteve-se ativo no cenário político, demonstrando seu poder de influência e visão estratégica.