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Laser verde atravessa a baía de Guanabara para rede quântica no Rio de Janeiro




Artigo sobre Rede Metropolitana de Comunicação Quântica no Brasil

Rede Metropolitana de Comunicação Quântica Avança no Brasil

No cenário da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, um feixe de laser verde de 6,8 quilômetros atravessa a paisagem até chegar ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) na Urca. Esse laser faz parte da primeira rede metropolitana experimental de comunicação baseada em mecânica quântica do Brasil, a Rio Quântica. A iniciativa interliga diversas instituições de pesquisa, como a Universidade Federal Fluminense (UFF), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), e o Instituto Militar de Engenharia (IME), utilizando fibras ópticas e criptografia quântica para garantir a segurança na transmissão de dados.

A criptografia quântica, que se baseia em qubits – unidades de informação que podem assumir dois valores simultaneamente – e em recursos como o emaranhamento, representa uma evolução significativa em relação à criptografia tradicional. Essa tecnologia permite uma comunicação mais segura, essencial para atividades sensíveis como transações bancárias e comunicações estratégicas.

Porém, a implementação da Rio Quântica não é isenta de desafios. A conexão por fibras ópticas entre as instituições apresenta alguns obstáculos, como a necessidade de correções em determinados canais de comunicação e problemas com a transmissão via ar. O feixe de laser emitido precisa ser captado com precisão para garantir a integridade da informação transmitida, o que requer um cuidadoso ajuste dos equipamentos.

Além da Rio Quântica, outras redes quânticas metropolitanas estão sendo desenvolvidas em Recife e São Carlos, com o apoio do CNPq. Essas redes fazem parte dos esforços do Brasil para se inserir no cenário global de comunicação quântica, que tem na China um dos principais investidores do setor, com extensas redes de criptografia quântica em funcionamento.

Redes no Exterior e Perspectivas Futuras

Desde os primeiros experimentos nos Estados Unidos em 2003, as redes de comunicação quântica vêm se expandindo pelo mundo. Em maio deste ano, grupos de pesquisa na China, Estados Unidos e Europa anunciaram avanços na transmissão de fótons emaranhados, um passo essencial para uma futura internet quântica.

Com investimentos significativos, a China lidera nesse campo, com redes metropolitanas extensas e satélites quânticos em órbita. O Brasil, por sua vez, dá seus primeiros passos nessa direção, com a Rio Quântica e outros projetos em andamento.

O futuro da comunicação quântica promete revolucionar a segurança e eficiência das redes de comunicação, abrindo caminho para novas aplicações e avanços tecnológicos. A rede Rio Quântica e suas contrapartes em Recife e São Carlos representam o início de uma jornada rumo à era da informação quântica no Brasil.


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