
Decisão é ideológica, apontam especialistas
Segundo especialistas, a decisão tomada pelo governo tem sido vista como ideológica e carente de embasamento científico. A medida adotada tem gerado forte oposição por parte de todos os partidos de centro-esquerda. O deputado Riccardo Magi, líder do partido progressista +Europa, criticou: “O governo, movido por uma ideologia furiosa, acaba com o setor da cannabis light, resultando no cancelamento de 11 mil empregos, enquanto alega estar combatendo o uso de drogas”.
Por outro lado, os representantes da coligação de direita e extrema-direita apoiam firmemente a decisão. Para o senador Maurizio Gasparri, do partido Força Itália, “as medidas para acabar com o mercado da cannabis light são positivas”. Ele defende que “trata-se de uma ação contra redes comerciais paralelas que acabam incentivando o uso de entorpecentes”.
A deputada Augusta Montaruli, do partido Irmãos de Itália e relatora da emenda no projeto de lei, ressaltou que essas medidas são cruciais para o governo.
Esta não é a primeira vez que a extrema-direita italiana tenta proibir o cultivo e a venda da cannabis light. Em maio de 2019, o então ministro do Interior, Matteo Salvini, líder do partido Liga, declarou que acabaria com o comércio da cannabis light por considerar que ela “incentiva o uso de drogas”.
Na época, a ministra da Saúde, Giulia Grillo, do Movimento 5 Estrelas, partido antissistema que era aliado da Liga no governo, rebateu: “Não devemos disseminar informações equivocadas, pois nas lojas de cannabis light não se comercializam substâncias entorpecentes”.