
A falta de reconhecimento às grandes personalidades na cidade de São Paulo
Tomie Ohtake, uma imigrante ilustre que deixou sua marca na arte brasileira, teve suas obras públicas espalhadas por toda a cidade de São Paulo. No entanto, após seu falecimento em 2015, aos 101 anos, as homenagens públicas foram escassas, sendo limitadas a uma escola estadual em Guarulhos e um largo em Curitiba somente em 2018. Aqui na capital paulista, o reconhecimento foi praticamente nulo.
É impressionante como a prefeitura, mesmo com recursos financeiros abundantes, parece se limitar apenas à pavimentação de ruas. Não há investimento em praças, bibliotecas ou escolas de programação para homenagear personalidades importantes, independente de suas ligações políticas.
A omissão das autoridades em reconhecer figuras culturais e históricas é evidente, o que contrasta com outras regiões do país que não hesitam em batizar locais e projetos com nomes de lideranças políticas. A falta de iniciativa da Câmara Municipal em criar datas comemorativas ou dar nomes a praças reflete a ausência de valorização de nossa história.
Esse descaso não é exclusivo de um governo específico, mas sim uma prática recorrente que atravessa diferentes vertentes ideológicas. Exemplos como a Petrobras batizando um campo petrolífero com o nome de “Lula” ou parques e conjuntos habitacionais recebendo nomes ligados a figuras políticas evidenciam esse problema.
Para mudar essa realidade, é necessário não apenas coibir o oportunismo político, mas também envolver as famílias dos homenageados no processo de decisão, garantindo que as homenagens sejam feitas de forma equitativa e respeitosa. A pluralidade de reconhecimento é fundamental para preservar a memória daqueles que contribuíram para a construção da nossa sociedade.