Senadores de oposição não devem resistir à antecipação da indicação do substituto de Campos Neto no Banco Central

Ao Painel, em conversa reservada, senadores de oposição afirmaram que não devem se opor à possível antecipação da indicação do substituto de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central pelo governo de Lula (PT). Segundo eles, esse novo cronograma não deve encontrar resistência significativa na Casa.

De acordo com esses senadores, o favorito do governo, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, já foi aceito pelo mercado e provavelmente será aprovado de qualquer forma.

Além disso, destacam que Galípolo tem se alinhado a Campos Neto em importantes votações, o que reforça a ideia de que atuará com independência em relação ao governo federal na condução da política monetária, caso seja escolhido.

A possibilidade de antecipação da indicação ganhou força nos últimos dias no governo Lula, diante do receio de uma recessão na economia dos Estados Unidos.

Uma transição suave no Banco Central, já sendo encaminhada abertamente, ajudaria a eliminar incertezas e a posicionar melhor a economia brasileira, avaliam membros do governo. O presidente do BC sinalizou que a antecipação facilitaria uma gestão tranquila.

O mandato de Campos Neto termina no fim de dezembro, e o novo indicado pelo presidente assume em 1º de janeiro de 2025.

Galípolo foi aprovado no Senado em julho de 2023 por uma margem de 39 votos a favor, 12 contra e uma abstenção. A expectativa é que esse cenário não se altere, mesmo entre senadores de oposição.

A relação entre Lula e Campos Neto foi marcada por desgastes, com acusações mútuas. Lula chegou a afirmar que o presidente do BC tinha um lado político, enquanto Campos Neto citou “ruídos” nas expectativas sobre as políticas fiscal e monetária do país.