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Golpista convicta, Dona Fátima protagoniza batalha perdida em Brasília, revelando seu passado de crimes e contradições no bolsonarismo.

Dona Fátima: da cruzada à guerra perdida

A senhora Fátima foi convencida de que estava em uma cruzada, uma narrativa que foi amplamente divulgada pelos formuladores do bolsonarismo. No entanto, ao contrário dos quatro cavaleiros do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, a “guerra” que travou em Brasília não a absolveu de seus pecados pregressos.

Antes de se envolver nos atos golpistas, Dona Fátima já havia sido condenada por tráfico de drogas, especificamente crack, utilizando jovens menores de idade em 2014. Além disso, ela tentou fraudar o INSS e utilizou documentos falsos. Nas redes sociais, ela defendia veementemente o voto impresso e criticava a urna eletrônica, ecoando as palavras do presidente Jair Bolsonaro. Uma cidadã de bem, sem dúvida.

É importante ressaltar que nem todas as senhorinhas golpistas possuíam um histórico tão controverso quanto o de Fátima. No entanto, ao insistir que as depredações ocorridas em 8 de janeiro foram executadas por lulistas e petistas infiltrados, Bolsonaro não apenas desafia a razão e a realidade, mas também ofende sua própria base de apoiadores. Diversos vídeos mostram seguidores do ex-presidente Lula extremamente orgulhosos de suas ações, acreditando estarem salvando o Brasil de uma ditadura, quando, na verdade, estavam tentando implementar uma.

Um exemplo marcante foi o coronel da reserva Adriano Testoni, declarado bolsonarista, que gravou um vídeo reclamando dos generais por não estarem realizando um golpe de Estado durante as manifestações. A Polícia Federal, ao investigar os envolvidos nas depredações, descobriu que não se tratavam de petistas infiltrados, mas sim de bolsonaristas fiéis.

Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, Jair Bolsonaro minimizou a ação de seu seguidor que plantou uma bomba no Aeroporto de Brasília e afirmou que a imagem do vândalo com uma camiseta com seu rosto que depredou o Palácio do Planalto foi propositadamente divulgada por Lula. No entanto, a realidade dos acontecimentos mostrou que os atos de violência não foram cometidos por quem acampava em frente ao Quartel-General do Exército, mas sim por vândalos escondidos nessa localidade.

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