Fogo no Pantanal causa morte de três onças-pintadas e põe em risco a fauna do bioma, aponta biólogo.

A comoção foi grande quando dois filhotes carbonizados foram encontrados em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, e a terceira onça foi descoberta na propriedade do Recanto Ecológico Caiman, em Miranda. Essas tragédias alertam para os consequentes impactos negativos que os incêndios no Pantanal têm causado na fauna local. Estudos científicos revelam que, apesar da capacidade migratória das onças-pintadas ter evitado uma redução populacional no incêndio de 2020, outras espécies têm enfrentado graves problemas de sobrevivência.
O tatu-canastra, por exemplo, é uma das espécies mais vulneráveis ao fogo devido às suas características de população reduzida e baixa taxa de reprodução. Evidências sugerem que animais como os tatus buscam refúgio em tocas durante incêndios, o que os torna alvos fáceis das chamas. O aumento da intensidade das queimadas, aliado às mudanças climáticas, tem colocado em risco a vida selvagem no Pantanal, com impactos que podem resultar em extinções locais.
O cenário alarmante tem mobilizado esforços de resgate e combate às queimadas. As brigadas que atuam na região enfrentam desafios como o difícil acesso a áreas de vegetação densa, o que exige o uso de técnicas específicas para conter o fogo. Além disso, as condições climáticas extremas, com ondas de calor e seca intensas, tornam o trabalho mais complexo, pois favorecem a propagação das chamas e a reignição do fogo em áreas já controladas.
A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dona Aracy, uma das regiões afetadas pelos incêndios, teve suas atividades de ecoturismo suspensas em decorrência dos recentes eventos. O Recanto Ecológico Caiman, situado nesse local, vem sofrendo com os danos causados pelo fogo, mas mantém seu compromisso com a preservação da fauna e flora da região. Espera-se que as ações de resgate e combate aos incêndios possam minimizar os impactos e proteger a rica biodiversidade do Pantanal.