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Crise no entorno da cracolândia em São Paulo leva a cenário de faroeste com tiros e homicídios em pleno centro.

Violência no Centro de São Paulo: Moradores enfrentam tiroteios e corpos na rua dos Protestantes

O entorno da rua dos Protestantes, na região da Santa Ifigênia, está enfrentando uma onda de violência que remete aos tempos de faroeste. Atualmente, esta região concentra mais de mil usuários de drogas da cracolândia e os moradores têm presenciado uma rotina de tiros e corpos estendidos no asfalto, uma situação que há algumas décadas atrás era típica apenas das áreas periféricas da cidade.

Nos primeiros 15 dias de 2024, três pessoas foram mortas e outras duas baleadas entre a praça Júlio Prestes e a estação da Luz. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os mortos seriam suspeitos de tentativas de assalto.

Uma moradora das proximidades do local conhecido como “fluxo”, onde ocorre a aglomeração de dependentes químicos, relatou que os assaltos que haviam diminuído voltaram a ocorrer com mais frequência, potencializando o medo após os casos de mortes e os estampidos de tiros. A moradora afirmou que os criminosos têm tido sorte de não encontrar militares como vítimas, pois isso poderia resultar em mais homicídios.

As mortes incluem casos de reação a tentativas de assalto por parte de agentes do Exército e da Polícia Militar. A situação mais recente ocorreu na segunda-feira (15), quando um grupo de moradores de um condomínio seguia para um protesto na entrada da Sala São Paulo e cobrava mais segurança na região.

De acordo com a Guarda Civil Metropolitana, um sargento do Exército foi abordado por quatro pessoas e, com medo de ter sua arma tomada, decidiu reagir. Ele atingiu três suspeitos, dois deles caíram feridos na rua dos Protestantes e o terceiro foi levado para um hospital. O quarto suspeito fugiu no sentido da estação da Luz. O caso foi registrado como roubo, homicídio e legítima defesa no 2º Distrito Policial do Bom Retiro.

Além disso, outras mortes e tentativas de assalto foram reportadas na região, envolvendo policiais militares e civis, levantando questionamentos sobre a eficácia das políticas de segurança pública na região. A Secretaria de Segurança Pública declarou que os casos estão sob investigação da Polícia Civil, mas a situação preocupa moradores e especialistas em segurança. A Prefeitura de São Paulo, por sua vez, afirma atuar em conjunto com os órgãos estaduais para a melhoria da segurança na região central, reforçando o contingente da guarda civil e investindo em tecnologias de vigilância.

Os números da SSP mostram que, apesar dos esforços, ainda há desafios a serem superados para reduzir a violência nesta região. No entanto, a situação permanece tensa, com moradores, policiais e usuários de drogas convivendo diariamente com a ameaça da violência urbana.

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