Christiane conta que vive no Líbano há 24 anos. Segundo a brasileira, sua situação atual é preocupante, pois teve que deixar sua casa apenas com uma mala de roupas devido ao fechamento de todas as portas na fronteira, onde seu marido trabalha. Após passar três meses no Brasil para que sua filha pudesse fazer a prova do governo para entrar na faculdade, Christiane retornou ao Líbano e enfrenta diariamente explosões no céu, causadas por aviões que sobrevoam a região.
Eu tento fazer o meu dia parecer o mais normal possível, porque se não a gente fica louca, entra em depressão, dá tremedeira, sintomas de depressão. Então a gente tenta não pensar muito no que está acontecendo.
Christiane relata que as explosões no céu são constantes e causam um grande medo na população, chegando a causar ataques cardíacos em algumas pessoas. Aviões israelenses recentemente voaram baixo sobre Beirute, provocando pânico na região. A brasileira descreve seu cotidiano como uma constante caixinha de surpresas, com medo constante e situações de tensão.
Vivendo em constante tensão, Christiane afirma que qualquer barulho já a assusta, vivendo em um estado de alerta contínuo. Ela descreve a sensação de viver como se estivesse em um jogo, com medo de frequentar locais públicos e sempre em pânico com a possibilidade de se tornar um alvo em meio ao conflito na região.
“Como um jogo”
“Fora isso, eu tenho uma sensação que a gente vive como um jogo. É um jogo. A gente tem medo de ir no mercado, tem medo de comprar uma fruta na feira, tem medo de ir numa loja porque a gente não sabe quem está ao nosso redor, quem está dentro do carro que está atrás de você ou na sua frente, ou quem está com você na loja. Então a gente anda assim, meio em pânico. E você pode ser o alvo, entendeu? Então, a gente vive em pânico todos os dias”, suspira Christiane.