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Popularidade de presidente em El Salvador pode dar lugar à violência, alerta jornalista premiado pelo Maria Moors Cabot.




Artigo Jornalístico

Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, enfrenta desafios apesar da alta popularidade

No início deste ano, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, foi reeleito, mesmo enfrentando um veto constitucional. Sua popularidade, que ultrapassa os 91% em seu quinto ano de mandato, de acordo com levantamento da UCA (Universidade Centro-Americana) divulgado em junho, tem sido apontada por muitos como motivo para rebater as críticas de escalada autoritária.

O jornalista salvadorenho Carlos Martínez, vencedor do prêmio Maria Moors Cabot, acredita que a aprovação de Bukele é o que tem evitado uma maior repressão por parte do governo, mas ressalta que essa situação pode mudar no futuro. Martínez alerta que a popularidade do presidente pode ser substituída por violência, padrão comum na América Latina.

Em meio a esse cenário político conturbado, o jornalismo em El Salvador enfrenta desafios sem precedentes. O país, conhecido por sua alta incidência de violência na região da América Central, sempre foi um oásis de segurança para a profissão, se comparado aos países vizinhos.

Entretanto, as pressões e controvérsias com o poder têm aumentado, colocando em risco a liberdade de imprensa. Martínez relata que teve que se exilar preventivamente devido a suas investigações jornalísticas, que expuseram acordos entre o governo e organizações criminosas.

Desafios e ameaças

Em 2022, o jornalista foi obrigado a deixar o país após publicar informações comprometedoras sobre o governo. Desde então, teme pela sua segurança e pela liberdade de expressão em El Salvador. A lei aprovada pelo governo, que pune a divulgação de mensagens de grupos criminosos na mídia, coloca em risco o trabalho jornalístico no país.

A relação entre o governo de Bukele e o crime organizado está sendo investigada pela Justiça dos EUA, o que evidencia a gravidade da situação. No entanto, a habilidade do governo em manipular a narrativa e a opinião pública tem sido um obstáculo para a divulgação da verdadeira realidade do país.

Preocupações para o futuro

O jornalista Carlos Martínez expressa desânimo em relação ao futuro de El Salvador, afirmando que a solução para os problemas do país não virá facilmente. Ele destaca a importância da comunidade internacional em ajudar a garantir a liberdade de imprensa e a democracia em El Salvador, mas ressalta que o país ainda tem um longo caminho a percorrer.

Enquanto a população salvadorenha continuar apoiando o discurso do presidente Bukele, as ameaças à liberdade de imprensa e à democracia permanecerão. O jornalismo em El Salvador enfrenta um desafio sem precedentes, e a luta pela verdade e transparência pode se tornar cada vez mais difícil.

Por: Jornalista Investigativo


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