
No ano de 1775, uma frase proferida por Johson ressoava no cenário político da época. Os “Patriotas” eram uma corrente ideológica em destaque, para a qual ele produziu diversos textos, sendo o mais famoso deles “The Patriot”, onde defendia fervorosamente o voto neste grupo. No referido texto, encontramos passagens que ressaltam a importância do patriotismo genuíno, como:
“Um patriota está sempre pronto a apoiar as reivindicações justas e a animar as esperanças razoáveis e a multiplicar garantias. Mas tudo isso pode ser feito só na aparência, sem patriotismo real. Aquele que cultiva falsas esperanças para servir a um propósito oportunista apenas abre caminho para a decepção e o descontentamento. Aquele que promete se esforçar, sabendo que seus esforços não terão resultado, apenas ilude seus seguidores com um clamor vazio e com resultado ineficaz.”
É importante ressaltar que a leitura deste texto deve ser feita levando em consideração o contexto daquela época. Johnson se considerava tanto um patriota quanto um membro dos “Patriotas”. Quando ele proferiu a frase, um ano após seu panfleto, estava indicando que essa corrente política em particular havia sido corrompida por pessoas desonestas, o que fez com que o movimento que ele defendia se tornasse o “último refúgio de um canalha”.
RETORNO À ATUALIDADE
A crítica de Johnson aos seus contemporâneos que adotaram a linguagem dos “Patriotas” e foram rotulados como canalhas estava associada à inverdade, hipocrisia e oportunismo presentes na política da época.
É lamentável ver algumas críticas dos bolsonaristas à condução do Itamaraty durante a crise na Venezuela. Alguns analistas, supostamente imparciais, acabam distorcendo os fatos e acusando até mesmo Lula de falta de compromisso com a democracia.
Mesmo que esses mesmos analistas elogiem figuras controversas como Marine Le Pen e Donald Trump, demonizem instituições nacionais e distorçam os acontecimentos, eles correm para o “refúgio” da “defesa da democracia” quando se trata da situação na Venezuela, mostrando que, como os canalhas mencionados por Johnson, muitas vezes agem por interesses pessoais e não ideológicos.