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Apib avalia sair de comissão de conciliação do STF sobre marco temporal de terras indígenas, alegando falta de paridade no debate.

A Articulação dos Povos Indígenas (Apib) está considerando a possibilidade de se retirar da comissão de conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF) que está debatendo as ações relacionadas ao marco temporal para demarcação de terras indígenas. Em uma audiência convocada pelo ministro Gilmar Mendes nesta segunda-feira (5), a entidade expressou sua posição em relação à falta de paridade no debate.

Segundo a Apib, que é uma das principais entidades que representam os povos indígenas no Brasil, seus direitos são inegociáveis e não estão sendo adequadamente considerados nas discussões. Durante a audiência, a entidade solicitou um prazo de 48 horas para decidir se continuará participando das reuniões, que estão programadas para ocorrer até 18 de dezembro deste ano.

O coordenador da Apib, Kleber Karipuna, enfatizou que a participação da entidade na conciliação está condicionada à suspensão da lei do marco temporal pelo STF. Ele ressaltou que a lei precisa ser suspensa para garantir um debate justo e equilibrado, sem a qual os territórios indígenas permanecem em situação de insegurança jurídica e suscetíveis a ataques.

Karipuna também destacou a posição inequívoca dos indígenas em relação ao marco temporal, afirmando que não aceitam qualquer flexibilização favorável a essa medida. Ele ressaltou que a decisão do Supremo Tribunal Federal no ano passado, que considerou a tese do marco temporal inconstitucional, deve ser mantida.

Durante a audiência, o ministro Gilmar Mendes, relator das ações relacionadas ao marco temporal no STF, defendeu a importância da conciliação. No entanto, entidades que representam os indígenas e partidos governistas contestam a constitucionalidade da tese do marco temporal.

O debate em torno do marco temporal é crucial para os povos indígenas, já que define os critérios para demarcação de terras. A decisão final do STF em relação a essa questão terá impacto direto na garantia dos direitos territoriais e culturais dos povos indígenas no Brasil. A Apib e outras entidades estão atentas ao desenrolar das discussões e reafirmam a importância de uma decisão que respeite os direitos indígenas.

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