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Taxas de juros futuros disparam após divulgação do IPCA, indicando possível aumento da Selic para conter inflação crescente.

Disparada das Taxas de Juros Futuros após Dados do IPCA Preocupam Mercado

Na quarta-feira (9), as taxas de juros futuros dispararam, refletindo a divulgação dos dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro. A leitura geral é que a Selic precisará ser elevada no médio e longo prazo para conter as pressões inflacionárias.

No contrato de janeiro de 2027, a taxa subiu de 12,33% para 12,58%. O contrato de janeiro de 2028 também registrou alta, passando de 12,32% para 12,58%. Já o contrato de 2032 escalou de 12,22% para 12,50%.

Os títulos negociados pelo Tesouro, os NTN-Bs, que são vinculados à inflação e refletem os juros reais (Selic descontada pelo IPCA), também foram impactados. No contrato para 2027, a marca ficou em 6,81%, sinalizando um estresse significativo no mercado e preocupações com possíveis aumentos nos custos de financiamento do governo.

O gatilho para o movimento foi o IPCA de setembro, que registrou uma alta de 0,44%, abaixo das expectativas de analistas, mas com uma inflação anual atingindo 4,42%, próximo ao teto da meta perseguida pelo Banco Central. A reunião do Copom em setembro resultou em um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, deixando decisões futuras à mercê dos dados econômicos, principalmente os de inflação.

Além disso, a desconfiança dos investidores em relação ao risco fiscal tem pesado nos ativos brasileiros. A ata do Copom alertou sobre a trajetória das contas públicas e destacou a necessidade de um choque fiscal positivo para garantir taxas mais baixas de juros no Brasil.

O mercado financeiro tem expressado preocupações com a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, essencial para controlar o déficit e garantir a estabilidade econômica. Isso se reflete nos títulos do Tesouro, que oferecem taxas elevadas, gerando um ciclo de pressão fiscal e aumento dos juros.

O mercado também foi impactado pelas expectativas sobre os juros nos Estados Unidos, com a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve em novembro. Isso influenciou a performance dos mercados emergentes, incluindo o Brasil, que registrou queda na bolsa e valorização do dólar.

Em resumo, a disparada das taxas de juros futuros reflete não apenas preocupações inflacionárias, mas também a incerteza em relação ao cenário fiscal do Brasil e às decisões de política monetária nos EUA, criando um ambiente de volatilidade nos mercados financeiros globais.

Com Reuters

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