O regime venezuelano, marcado pela influência bolivariana, tem nas Forças Armadas um dos seus pilares mais importantes. Batizadas como bolivarianas pelo ex-presidente Hugo Chávez, essas forças não escondem sua politização, tendo adotado o lema “Pátria, socialismo ou morte!” e posteriormente transformando-o em “Pátria, socialismo e vida!” em homenagem a Chávez quando este foi diagnosticado com câncer, tornando-se a saudação oficial “Chávez vive!”.
A Constituição Bolivariana, adotada em 1999 por Chávez, concedeu aos militares o direito ao voto, além de lhes garantir cargos influentes em diversas instituições estatais, inclusive na importante indústria do petróleo. A morte de Chávez não diminuiu a influência militar, pelo contrário, seu sucessor Nicolás Maduro aumentou ainda mais o poder dessas forças.
– Privilégios e perseguição –
Além do controle das armas, os militares venezuelanos também dominam importantes setores da economia, como empresas de mineração, petróleo e distribuição de alimentos, e ocupam cargos-chave em diversos ministérios do governo, como Petróleo, Energia, Defesa, Relações Internas e Comércio. No entanto, a oposição e analistas denunciam redes de corrupção que beneficiam diversos oficiais.
Segundo o general da reserva Antonio Rivero, crítico do chavismo e exilado nos Estados Unidos, Maduro busca manter o apoio das Forças Armadas por meio de privilégios, promoções e criação de novos cargos, já que não tem a liderança militar necessária para sustentar-se como comandante em chefe.
