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Ataque armado deixa dez indígenas guarani-kaiowás feridos em Douradina, MS
Durante este sábado (3), duas importantes organizações indígenas, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), divulgaram uma denúncia preocupante. Um ataque armado na região de Douradina, no Mato Grosso do Sul, resultou em dez indígenas guarani-kaiowás feridos.
De acordo com as informações prestadas pelas duas organizações, o ataque ocorreu logo após a retirada da Força Nacional da área. Relatos indicam que homens armados, a bordo de uma caminhonete, dispararam contra os indígenas utilizando munição letal e balas de borracha.
Os feridos, dois dos quais em estado grave, foram prontamente socorridos e encaminhados ao Hospital da Vida, em Dourados. Um dos indígenas foi atingido na cabeça e outro no pescoço, exigindo cuidados médicos urgentes.
O terrível evento teve lugar na área retomada de Pikyxyin, dentro da Terra Indígena Lagoa Panambi, previamente identificada e delimitada desde 2011. Na última sexta-feira (2), houve outro ataque na região, embora sem vítimas.
A Apib questionou a retirada da Força Nacional de uma região tão vulnerável, com histórico de presença de homens armados em áreas indígenas. Esta situação tensa levou o Ministério da Justiça a prorrogar, no mês de julho, o uso da Força Nacional em Mato Grosso do Sul, visando preservar a ordem e a integridade nas aldeias e fronteiras do estado, diante do aumento da violência fundiária.
Em resposta ao ocorrido, o Ministério dos Povos Indígenas mobilizou uma equipe com membros do órgão, da Funai e do Ministério Público Federal para prestar assistência de saúde e garantir a segurança dos indígenas. Imagens recebidas ilustram a gravidade dos ferimentos dos indígenas, motivando a equipe de campo a investigar mais detalhes sobre o incidente.
O Ministério afirmou que manterá uma equipe próxima às áreas de conflito para uma resposta imediata em situações como a ocorrida neste sábado. Por fim, o órgão expressou repúdio à violência sofrida pelos indígenas guarani-kaiowás, que, apesar das ocupações ocorrerem em território já delimitado pela Funai, enfrentam a suspensão do processo de demarcação por decisão judicial.