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Teddy Riner conquista segundo ouro por equipes em Paris-2024: o dia de glória do maior campeão de judô






Teddy Riner conquista segundo ouro por equipes em Paris 2024

O Grand Palais Éphémère estava a uns 200 metros. Dava para ouvir os gritos da torcida. O que acontecia lá dentro, porém, estava também em todas as telas ao alcance da vista nas ruas, nos restaurantes e bares ou nos celulares às mãos. Paris e provavelmente toda a França parava por alguns minutos. Era Teddy Riner em ação.

Em uma espécie de reprise do dia anterior, quando se tornou o mais laureado judoca da história, com um inédito tricampeonato entre os pesados, Riner reescreveu neste sábado (3) o roteiro de sua trajetória nos Jogos de Paris-2024 com um segundo ouro por equipes e uma boa dose de sorte.

Esteio de uma jovem equipe francesa, Riner, 35, fez o terceiro combate da final contra o Japão. Não sem dificuldade, bateu Saito Tatsuru após mais de 7 minutos de luta, com um ippon no golden score. O clima era de futebol, como de hábito nesta edição do torneio olímpico, mas também de receio. Riner deixava o placar em 1 a 2, a França estava perdendo.

A situação ficou ainda mais tensa no combate seguinte, quando Sarah Leonie Cysique não foi páreo para Tsunoda Natsumi, que conseguiu um ippon em pouco mais de dois minutos e deixou o Japão com 3 a 1 no placar, ou seja, a uma vitória do ouro. Uma missão para o bicampeão olímpico Abe Hifumi, o atleta dominante da categoria até 73 kg, algoz do brasileiro Willian Lima na final individual.

Foi nesse momento que o roteiro da competição começou a surpreender. Após mais de quatro minutos de golden score e um combate complicado, Joan-Benjamin Gaba, embalado pela execução do hino francês à capela pela torcida, conseguiu um ippon contra o japonês, uma zebra histórica que deixou o placar em 3 a 2. O estádio explodiu e cantou a Marselhesa pela segunda vez logo em seguida, quando Clarisse Agbegnenou buscou, também no golden score, um waza-ari contra Takaichi Miku. No limite, França 3 a 3 Japão.

O empate, como ocorreu na disputa do bronze vencida pelo Brasil, minutos antes, forçava o sorteio de uma categoria de peso para definir quem faria a derradeira luta, que já começaria no golden score, com a definição do vencedor no primeiro golpe. O estádio explodiu e cantou o hino pela terceira vez quando a roleta de pesos, transmitida pelos telões, parou no “+ 90 kg”: o último capítulo, determinou a sorte ou os deuses do judô, seria escrito por ele, o maior campeão.

Não foi fácil, mais de seis minutos de combate, mas o filme terminou com Riner bicampeão por equipes, o quinto ouro de sua brilhante carreira. E, é claro, com a Marselhesa tocando mais vez.


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