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Na tarde desta quinta-feira (1), o presidente Lula se reuniu com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel Obrador, para assinarem um manifesto conjunto pedindo transparência na resolução do impasse eleitoral na Venezuela. O foco do documento é a exigência da apresentação das atas de apuração de mesa do pleito realizado no último domingo (28).
Essa ação marca a primeira iniciativa conjunta dos três líderes de Estado, que haviam condicionado o reconhecimento da vitória eleitoral de Nicolás Maduro à transparência do processo. O manifesto representa um ponto de equilíbrio entre expressar apoio ao presidente venezuelano e evitar uma ruptura diplomática. Além disso, os líderes orientaram as facções políticas no país a agirem com cautela para evitar confrontos violentos.
Lula, que inicialmente minimizou a situação política na Venezuela, acabou se unindo aos presidentes da Colômbia e do México diante da escalada de tensão no país vizinho. Os protestos contra Maduro se intensificaram, culminando em acusações de tentativa de golpe de Estado por parte do presidente venezuelano.
A situação na Venezuela gerou impacto no Brasil, que assumiu um papel de destaque no cenário diplomático. Maduro expulsou representantes de seis países latino-americanos que não reconheceram o resultado eleitoral, incluindo a Argentina, que abrigava opositores do regime. Esses diplomatas encontraram refúgio na embaixada brasileira, que assumiu a responsabilidade pela proteção dos estrangeiros.
O comunicado conjunto emitido pelos líderes traz uma mensagem de solidariedade ao povo venezuelano e enfatiza a importância da transparência no processo eleitoral. Os governantes pedem moderação nas manifestações e respeito à soberania popular, além de oferecerem apoio aos esforços de diálogo para encontrar uma saída pacífica para a crise.
Confira a íntegra do comunicado:
Os governos do Brasil, Colômbia e México felicitam e expressam sua solidariedade com o povo venezuelano, que compareceu massivamente às urnas em 28 de julho para definir seu próprio futuro. Acompanhamos com atenção o processo de escrutínio dos votos e fazemos um chamado às autoridades eleitorais da Venezuela para que avancem de forma expedita e divulguem publicamente os dados desagregados por mesa de votação. As controvérsias devem ser resolvidas de forma institucional, respeitando a soberania popular e evitando ações violentas. Que a paz e a proteção da vida sejam as prioridades neste momento de crise na Venezuela.