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Onze provas de atletismo sem quebra de recordes em três Olimpíadas: análise da Folha revela marcas históricas no esporte.





Atletismo: Recordes que Resistem ao Tempo

O atletismo possui 11 provas de pista e rua que estão há três ou mais Olimpíadas sem quebra de recordes, sendo cinco competições femininas e seis masculinas. Em alguns casos, a melhor ainda é da década de 1980. Essas 11 provas representam 37% das disputas de atletismo em que o tempo é importante, mostra análise da Folha a partir de dados do World Athletics, órgão que rege as competições.

Em uma prova de velocidade, os centésimos de segundo fazem a diferença. Nos Jogos de Tóquio, a atleta que chegou mais perto de superar uma marca foi a velocista bahamense Shaunae Miller-Uibo. Onze centésimos de segundo a distanciaram de ser a mulher mais rápida nos 400 metros – embora tenha conquistado o ouro.

Shaunae finalizou a prova em 48s36, marca 0,22% mais lenta do que a recordista olímpica dessa modalidade, a francesa Marie-José Pérec, que percorreu os 400 m em 48s25 em Atlanta-1996. É dela, portanto, a melhor marca há seis Olimpíadas.

Tricampeã olímpica, Marie-José acendeu a pira olímpica dessa edição ao lado do também tricampeão Teddy Riner, do judô.

O levantamento considera 30 provas de pistas e de rua em que o tempo é importante para a definição do recorde. Para criar o ranking, a reportagem considerou os tempos registrados durante a competição olímpica, sendo as provas eliminatórias, semifinais ou finais. Atletas que depois foram desclassificados por doping foram eliminados da lista.

Para entender a margem de tempo do competidor em relação ao recorde, a análise calculou a razão, em porcentagem, entre o tempo dele e o tempo do recorde. Essa métrica permite comparar os desempenhos das diferentes modalidades do atletismo.

Quanto menor o percentual, mais próximo o atleta esteve de bater o recorde.

O recorde olímpico mais longevo da história nas provas de pista, que segue intocado até hoje, é da ucraniana Nadezhda Olizarenko, que disputava pela antiga União Soviética. Nos Jogos Moscou-1980, ela finalizou a prova de 800 m em 1min53s43 e levou o ouro. Na prova de 1.500 m da mesma edição, conquistou o bronze.

Um mês antes dos Jogos, ela já havia estabelecido um recorde mundial ao correr uma prova de 800 m em 1min54s85 noutra competição.

Após Moscou-80, Nadezhda se aposentou do esporte. Tentou retornar em 1984, em Los Angeles, para competir a segunda Olimpíada. No entanto, devido ao boicote da União Soviética aos Estados Unidos, ela não pôde participar. A corredora voltou aos Jogos em 1988, mas foi eliminada nas semifinais.

Após a queda da União Soviética, Nadezhda passou a trabalhar como treinadora de atletismo. Morreu em 2017, dois anos após ser diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica.

Desde então, a atleta que mais se aproximou da marca de Nadezhda foi a queniana Pamela Jelimo. Campeã olímpica dos 800 m em Pequim-2008, aos 18 anos, ela finalizou a prova em 1min54s87, marca 1,2% mais lenta que a da recordista. A diferença das duas, em números absolutos, é de 1s44.

Já o recorde masculino mais duradouro nas provas de pista e rua das Olimpíadas é do chinês Liu Xiang. Em Atenas-2004, ele finalizou a prova de 110 m com obstáculos em 12s91. Tornou-se o primeiro esportista homem da China a conquistar um ouro no atletismo.

O tempo de Liu Xiang quase foi… (Continua no link)

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