Funcionários da Fiocruz realizam paralisação por reajuste salarial e mudanças no plano de remuneração e cargos em protesto
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Funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) farão uma paralisação de um dia nesta quinta-feira (01/08) para pressionar o governo por reajuste salarial e mudanças no plano de remuneração e cargos. A decisão foi tomada em assembleia do Sindicato dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc) com cerca de 700 participantes na última segunda-feira (29/07).
A categoria exige uma recomposição salarial escalonada de 20% ao ano em 2024, 2025 e 2026. A defasagem salarial desde 2010 é de 59% para servidores de nível superior e 75% para nível intermediário. O impacto total do reajuste exigido seria de R$ 907 milhões anuais, beneficiando 6.527 servidores, entre ativos e aposentados.
Os funcionários também reivindicam a implementação do Reconhecimento de Resultados de Aprendizagem, que valoriza especializações e atualizações profissionais em vez de apenas títulos acadêmicos. Embora acordado em 2015, esse reconhecimento ainda não foi implementado.
As negociações estão em curso com a Fiocruz e o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. A última proposta do ministério, rejeitada pelos servidores, oferecia nenhum reajuste em 2024, 9% em 2025 e 4% em 2026. O sindicato critica essa proposta por não cobrir as perdas acumuladas.
Durante a paralisação, serviços essenciais serão mantidos. Uma nova assembleia está marcada para sexta-feira (02/07) para avaliar o resultado das negociações e decidir os próximos passos, incluindo a possibilidade de uma paralisação progressiva.
A Fiocruz, que conta com cerca de 13,5 mil trabalhadores, informou que sua presidência e uma comissão de diretores têm se reunido com membros do governo desde fevereiro para defender os interesses dos trabalhadores e a importância de uma negociação justa. Em 2023, a Fiocruz teve um orçamento de quase R$ 9,6 bilhões, publicou 2.030 artigos científicos e produziu 91,59 milhões de doses de vacinas.