
Violência e repressão na Venezuela após eleições contestadas
No dia 31 de março, o Ministério Público da Venezuela, alinhado ao regime de Nicolás Maduro, divulgou que 1.064 pessoas foram presas desde o anúncio da vitória do ditador nas eleições do último domingo, que foram contestadas pela oposição e resultaram em protestos em todo o país.
O Procurador-Geral, Tarek William Saab, afirmou que os detidos serão acusados de envolvimento com atos de violência durante os protestos contra o regime. Em um pronunciamento, Saab exibiu vídeos de depredação de propriedades e locais públicos que teriam ocorrido após as eleições.
Além disso, o Ministério Público informou sobre a morte de um policial em confrontos no estado de Aragua e que outros 77 policiais ficaram feridos em diferentes regiões do país.
Por outro lado, a ONG Foro Penal contabilizou 429 prisões ligadas diretamente aos protestos e pelo menos 11 mortes. A líder opositora María Corina Machado e o candidato Edmundo González, que reivindicam a vitória nas eleições presidenciais, afirmam que são 16 mortes e 11 sequestros desde o domingo.
María Corina Machado declarou: “Esses crimes não ficarão impunes”, referindo-se à repressão do governo Maduro contra os manifestantes.
Apesar das contestações e pedidos por transparência, o regime ainda não publicou as atas que comprovariam o resultado divulgado pelo Conselho Nacional Eleitoral. Países como Brasil, Colômbia e Estados Unidos exigem a divulgação desses documentos para que a vitória de Maduro nas eleições seja oficializada.
Os protestos contra o regime em diversas partes da Venezuela têm sido reprimidos violentamente pelas forças policiais desde segunda-feira. O chefe das Forças Armadas venezuelanas, Vladimir Padrino López, acusou os manifestantes de tentativa de golpe de Estado, alegando influência dos interesses do imperialismo norte-americano.
Além disso, membros do chavismo, como Jorge Rodríguez e Diosdado Cabello, pediram a prisão de María Corina Machado e González, acusando-os de atos de vandalismo.
A missão da ONU na Venezuela expressou preocupação com a situação social no país, destacando relatos de violência contra civis por membros de grupos armados chamados de “coletivos”, que atuam em nome do governo.
Em meio a esse cenário tenso e violento, a Venezuela passa por momentos de instabilidade política e social, com a população dividida e as autoridades reprimindo qualquer forma de oposição ao regime de Maduro.