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Paridade de gênero nas Olimpíadas de Paris de 2024: Atletas femininas desafiam estereótipos e mostram alta performance nos Jogos.



Artigo sobre Esportes e Gênero

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Na última sexta (26), foi a abertura das Olimpíadas de Paris de 2024. As delegações apresentaram um número histórico dos Jogos: a maior paridade de gênero entre atletas mulheres e homens. Mas há ainda muito debate sobre o que são esportes considerados “femininos” e aqueles em que o desempenho masculino é melhor.

Na edição de hoje, falo sobre tal fenômeno e porque ele esconde, na verdade, um viés de gênero.

Esportes e gênero

Quero começar essa newsletter contando uma história pessoal. Eu comecei a treinar boxe aos 16 anos, quando estava no colégio. Na época, a mãe de um amigo disse: “nossa, mas você é tão delicada, poderia fazer balé ou dança, e não boxe!”.

Entendi que ela estava tentando ser gentil –sem contar a diferença geracional entre nós–, mas aquilo nunca saiu da minha cabeça. Por que meninas têm que fazer certos esportes considerados “femininos”, mas não outros que seriam tachados de “masculinos”?

Isso não me desmotivou nem um pouco –treino boxe há mais de 13 anos–, mas penso nisso sempre que começam os Jogos Olímpicos. Será que existem diferenças intrínsecas no desempenho esportivo relacionadas ao gênero atribuído ao nascer? (Esse debate volta constantemente quando falamos de atletas transexuais.)

Biologicamente falando, os homens –cis– têm maior proporção de músculos em relação ao peso do que mulheres, que possuem mais gordura. Essa diferença tem influência direta dos hormônios, cuja produção tem seu ápice na puberdade, momento em que as diferenças sexuais são mais pronunciadas:

E como esses hormônios agem no ganho de força e na composição musculoesquelética?

Testosterona: aumenta a massa muscular e reduz a gordura corporal ao estimular a produção de proteínas necessárias para o crescimento das fibras musculares, inclusive as longas, associadas à hipertrofia. Por esse motivo, é um composto encontrado em muitos anabolizantes utilizados para ganho muscular.

Estrogênio: é um hormôn… (continua)


CIÊNCIA PARA VIVER MELHOR

Novidades e estudos sobre saúde e ciência

  • Smartwatches podem gerar ansiedade. De acordo com um estudo da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte (EUA) publicado na revista Journal of the American Heart Association, o uso de dispositivos que mostram dados de saúde, como smartwatches (relógios inteligentes), pode provocar ansiedade em pacientes com fibrilação atrial, tipo comum de arritmia cardíaca. A análise considerou 172 pacientes que tiveram seus dados de saúde registrados, sendo metade com smartwatches e a outra metade sem os dispositivos. No grupo com os aparelhos, os participantes apresentaram maior preocupação com o aumento do ritmo cardíaco, 1 em cada 5 reportaram medo e ansiedade pela medição constante e a mesma proporção disse consultar seu médico rotineiramente quando os batimentos eram anormais.
  • Consumo baixo de açúcar pode atrasar o envelhecimento celular. Uma dieta saudável, com baixo consumo de açúcar adicionado, retarda o envelhecimento celular, segundo uma pesquisa com mais de 300 mulheres brancas e negras na Califórnia publicada na revista Jama Network Open. O estudo comparou as dietas das mulheres conforme o seu consumo de açúcar adicionado (em média, 61,5 gramas, ou duas colheres de sopa) e o chamado relógio epigenético, um teste molecular que aproxima a condição de saúde com o tempo de vida. Naquelas com menor consumo de açúcar, o tempo do relógio epigenético encontrado era menor, o que indica um envelhecimento celular tardio.
  • Resultados promissores de terapia contra distrofia muscular de Duchenne. Uma terapia gênica teve sucesso em estudos com roedores, segundo um estudo liderado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Indiana e publicado na revista Nature Communications. A distrofia muscular de Duchenne é uma doença genética causada por mutações no gene DMD que resultam na falta da proteína distrofina. Essa deficiência leva à fraqueza e à perda de tecido muscular ao longo do tempo. Na terapia em estudo, os pesquisadores inseriram adenovírus (um vírus de resfriado comum) contendo variantes do gene modificadas para não apresentar a mutação. Nos animais em laboratório, a produção da distrofina foi restaurada com sucesso. O próximo passo da pesquisa é adaptar a tecnologia para outros modelos animais antes de testá-los em humanos.

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