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Nova variante do vírus da febre oropouche se replica cem vezes mais em células de mamíferos, aponta estudo da Fiocruz e Unicamp




Novidade sobre a febre oropouche

Descoberta nova variante do vírus da febre oropouche

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Fiocruz Amazônia e da Unicamp revelou a existência de uma nova variante do vírus que transmite a febre oropouche com uma capacidade de replicação muito maior do que a cepa original.

De acordo com a pesquisa, essa nova variante é capaz de escapar da imunidade adquirida em infecções anteriores, o que sugere a possibilidade de reinfecção. A maior eficiência na replicação do vírus pode estar relacionada ao aumento recente no número de casos nos anos de 2023 e 2024, sendo que a variante já foi descrita em um estudo preliminar divulgado na semana passada.

Além disso, a disseminação do vírus foi observada em áreas não endêmicas em todas as regiões do Brasil, com destaque para o Norte, onde a maioria das infecções foram registradas. Na Bahia, foram confirmadas as duas primeiras mortes por oropouche no mundo, indicando a gravidade da situação.

O estudo analisou dados genômicos, moleculares e sorológicos do vírus coletados entre 2015 e 2024 no Brasil. Os resultados mostraram uma redução significativa na capacidade neutralizante do soro de indivíduos previamente infectados contra a nova cepa em comparação com a cepa original.

O coautor do estudo, Pritesh Lalwani, da Fiocruz Amazônia, ressaltou a importância de continuar pesquisando a resposta imunológica para o desenvolvimento de vacinas e terapias eficazes contra a doença.

Além disso, fatores ambientais e a fragmentação das paisagens florestais na região amazônica podem estar contribuindo para a propagação do vírus. A perda de vegetação devido ao desmatamento e eventos climáticos extremos também foram apontados como impulsionadores da transmissão.

Com a disseminação do oropouche em 19 estados brasileiros, é fundamental estar atento aos sintomas da doença, que incluem dores musculares, febre, tontura, calafrios, náuseas e vômitos, semelhantes aos de dengue e chikungunya. A evolução da febre oropouche geralmente é benigna, mas casos graves têm sido relatados, inclusive em recém-nascidos.

O Ministério da Saúde e especialistas estão alertando para a necessidade de investigação de casos de malformações em recém-nascidos relacionadas ao vírus, reforçando a importância da notificação e monitoramento desses casos no país.

Fonte: Adaptado de informações de pesquisadores da Fiocruz Amazônia e da Unicamp


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