Investimentos em pesquisa e inovação crescem no Brasil, mas ainda não são suficientes para impulsionar a economia, alertam especialistas.

Os recursos do FNDCT são distribuídos em 14 fundos setoriais e financiam projetos estratégicos, como o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Este plano prevê um investimento de R$ 23 bilhões até 2028 e foi apresentado ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Apesar do aumento dos recursos no FNDCT, especialistas acreditam que o fundo sozinho não será capaz de elevar a proporção de investimentos em ciência, tecnologia e inovação em relação ao PIB. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do PIB no setor, mas seria necessário um investimento de pelo menos R$ 43,6 bilhões para atingir a meta de 1,6% do PIB, como em países como Espanha e Itália.
Segundo Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do conselho técnico-administrativo da Fapesp, a agenda de financiamento em pesquisa e desenvolvimento não pode depender apenas do FNDCT. Ele destaca a importância de uma maior participação do setor privado, que precisa ser induzido pelo setor público a investir em P&D. O especialista ressalta que o investimento estatal deve ser utilizado para estimular os investimentos privados e que a política brasileira de inovação não tem conseguido fazer o setor privado avançar nesse sentido.
Durante um seminário sobre financiamento de pesquisa na 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNTCI), representantes da Fapesp, CNI e da ABC debateram a importância de mais investimentos em ciência e tecnologia para o desenvolvimento econômico do país. A biomédica Helena Bonciani Nader ressaltou que o FNDCT não pode ser a única fonte de financiamento e destacou a necessidade de investir em recursos humanos, inovação e produtividade para garantir a competitividade em diversos setores.