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Medicamento de perda de peso mostra potencial para retardar perda de volume cerebral em pessoas com Alzheimer leve.




Estudo mostra que medicamento pode retardar perda de volume cerebral em pacientes com Alzheimer

Estudo revela potencial benefício do medicamento para pacientes com Alzheimer

Um pequeno ensaio clínico divulgado nesta terça-feira (30) trouxe resultados promissores para o tratamento de pacientes com doença de Alzheimer leve. O estudo mostrou que a liraglutida, um medicamento da classe agonista do receptor GLP-1 conhecido por perda de peso, pode retardar a perda de volume cerebral nesses pacientes.

Os dados apresentados na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer representam um avanço significativo no campo da neurologia. Pela primeira vez, foi possível observar como os medicamentos GLP-1 podem atuar em distúrbios cerebrais complexos e de difícil tratamento, como o Alzheimer.

O ensaio clínico, realizado no Reino Unido com 204 pacientes, mostrou que a liraglutida foi capaz de reduzir a diminuição em áreas do cérebro relacionadas à memória, aprendizado, linguagem e tomada de decisões em quase 50% em comparação com o grupo que recebeu placebo. Embora o estudo não tenha alcançado o resultado esperado em relação à mudança na taxa metabólica de glicose cerebral, ele forneceu indícios promissores sobre os benefícios do medicamento.

Novas perspectivas e estudos futuros

Apesar de não ter sido patrocinado pela empresa Novo Nordisk, fabricante da liraglutida, o ensaio clínico abre caminho para novas pesquisas. A Novo Nordisk já está testando um medicamento GLP-1 de nova geração, a semaglutida, em milhares de pacientes com Alzheimer precoce, com resultados previstos para 2025.

Rebecca Edelmeyer, da Associação de Alzheimer, classificou os resultados do estudo como “intrigantes” e destacou a importância de avanços nesse campo. Pesquisadores acreditam que o uso de medicamentos para diabetes, como a semaglutida, pode ajudar a retardar a progressão do Alzheimer, melhorando o metabolismo da glicose e reduzindo a inflamação no corpo, inclusive no cérebro.

Desafios e perspectivas futuras

Apesar dos resultados promissores, alguns cientistas pedem cautela em relação às conclusões do estudo. O professor Stephen Evans, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, ressaltou que os benefícios observados no ensaio podem não se traduzir em melhorias cognitivas significativas. A necessidade de ensaios clínicos mais amplos e aprofundados também foi destacada como um próximo passo na pesquisa.


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