
Nos últimos meses, diferentes indícios têm apontado para um distanciamento entre o ex-presidente Lula e o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Um dos sinais mais evidentes, de acordo com assessores próximos ao Palácio do Planalto, é a falta de reconhecimento formal da vitória de Maduro nas eleições ocorridas no último domingo (28).
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, levou apenas 30 minutos para reconhecer a vitória de Lula nas eleições de 2022. Hoje, os dois líderes conversaram por telefone a respeito do processo eleitoral venezuelano.
De acordo com fontes no governo brasileiro, o apoio de Lula a Maduro teve um alto custo político, refletido, por exemplo, em pesquisas de opinião. A imagem do presidente brasileiro foi prejudicada após uma recepção calorosa a Maduro no Palácio do Planalto em maio de 2023.
Além disso, atitudes polêmicas de Maduro, como marcar as eleições no dia do aniversário de Hugo Chávez e vetar candidaturas de opositores em processos conturbados, tornaram o apoio a ele ainda mais questionável, na visão de auxiliares do governo.
Dessa forma, Lula, que em junho de 2023 afirmou que “o conceito de democracia é relativo”, passou a adotar um discurso mais cauteloso, como o de “fico torcendo para que a Venezuela volte à normalidade” em abril de 2024.