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Na madrugada desta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela fez o anúncio da vitória de Nicolás Maduro, resultando em questionamentos por parte de diversos atores internacionais. Países como Estados Unidos, Argentina, Chile, Uruguai, Alemanha e Espanha manifestaram dúvidas sobre a autenticidade do resultado eleitoral.
O cientista político Bruno Marcondes, especializado em instabilidade política na América Latina, destacou que os questionamentos externos e internos à Maduro não são coincidência. A discrepância entre o resultado eleitoral e as pesquisas de intenção de voto foi o primeiro fator responsável pelas dúvidas levantadas.
O protocolo adotado pelo CNE também gerou incertezas, com a demora na divulgação das primeiras contagens. As eleições foram marcadas por denúncias de fiscais da oposição sendo impedidos de acessar os boletins de urna, o que impossibilitou uma contagem paralela de votos, alimentando suspeitas de fraude.
Ruptura improvável
Diante das denúncias de fraude, o governo brasileiro adotou uma postura cautelosa em relação ao resultado eleitoral, aguardando os dados desagregados por mesa de votação. A possibilidade de uma ruptura diplomática é considerada pouco provável, apesar das críticas e do possível rompimento da relação pessoal entre os presidentes Lula e Maduro.
A tensão eleitoral na Venezuela também pode ter um impacto no fluxo migratório na fronteira com o Brasil, gerando uma potencial nova onda migratória para países de língua espanhola.
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