
Crise política na Venezuela preocupa especialistas em Relações Internacionais
Se você pegar o histórico dessa oposição na Venezuela, percebe que eles são os mesmos atores mais ou menos desde a época da tentativa de golpe contra o Chávez, em 2002. Recentemente, em 2019, um opositor se autoproclamou presidente. Esses fatos são extremamente antidemocráticos também.
Flávia Loss de Araújo, coordenadora da pós em Relações Internacionais da FESP
Polarização cria “torcida organizada” e também ameaça democracia. Para a professora da FESP, as opiniões de cidadãos de outros países, como Argentina e Brasil, sobre as eleições venezuelanas nas redes sociais ressalta que o clima de polarização da Venezuela, assim como o dos Estados Unidos, virou um tema passional para alguns.
Se tivesse acontecido o inverso e a oposição tivesse ganhado, teríamos a mesma contestação sobre a validade dos votos. Esse é um problema grave que eu acho que não é só venezuelano. A gente aqui no Brasil passou pela mesma coisa, assim como em outros países da América Latina, que é essa suspeita de fraudes eleitorais sem fundamento.
Flávia Loss de Araújo, coordenadora da pós em Relações Internacionais da FESP
Esperança é de acordo internacional para recontagem. Regiane Bressani afirma que, caso uma recontagem não seja feita, a pressão internacional na região vai aumentar, com ainda mais sanções do que as que o país vive atualmente.
Vejo que com Maduro no governo a situação vai piorar. Se o Edmundo ganhasse, o momento de transição também não seria fácil.
Regiane Bressani, professora de relações internacionais da Unifesp
Brasil deve manter distância da situação. Bressan aponta que a proximidade fronteiriça e as questões em comum que o Brasil tem com a Venezuela devem deixar o Itamaraty longe da posição de pressionar o governo venezuelano. Até o momento, o Itamaraty afirmou que espera a publicação de mais dados sobre as eleições.