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Controvérsias em torno da Ferrogrão
A Ferrogrão, um projeto de ferrovia de 933 km ligando Sinop (MT) a Miritituba (PA), tem gerado debates acalorados desde sua formulação em 2014 pelas empresas agrícolas ADM, Bunge e Amaggi. Enquanto alguns defendem a necessidade da obra, especialistas alertam para a existência de outras ferrovias que poderiam realizar o transporte sem a criação da Ferrogrão.
Recentemente, as instituições responsáveis pelo projeto divulgaram que a ANTT planeja incluir a Ferrogrão em seu cronograma de leilões para 2025. Além disso, novos estudos contratados pela empresa responsável pelo projeto inicial serão aprovados sem discussão prévia, o que tem gerado críticas de associações que prometem lutar contra a construção da ferrovia por outras vias.
O Ministério dos Transportes, por sua vez, se declarou surpreso com a decisão, reiterando seu compromisso com o debate democrático e a transparência. Segundo a pasta, os estudos ainda estão em fase de validação e serão apresentados à sociedade após a autorização do Supremo Tribunal Federal.
No entanto, críticos da Ferrogrão alertam para os impactos ambientais da obra, que resultariam no desmatamento de mais de 2 mil km2 de floresta nativa, afetando áreas protegidas, terras indígenas, quilombos e comunidades tradicionais. Tudo isso em prol do aumento dos lucros de grandes empresas exportadoras de soja e milho.
Nota do Instituto Kabu, Rede Xingu+ e PSOL