Na CPMI, hacker é ouvido por ser supostamente contratado para invadir urnas eletrônicas.

Na manhã desta quinta-feira (17), o hacker Walter Delgatti Neto comparecerá à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, que está investigando os ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes. A expectativa em torno deste depoimento coincide com a possibilidade de uma eventual delação premiada do hacker à Polícia Federal (PF). A reunião está agendada para as 9 horas, na sala 2 da Ala Senador Nilo Coelho.

Delgatti Neto, que foi preso pela PF no dia 2 de agosto, está sendo investigado por inserir informações falsas sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essas inserções teriam sido feitas em janeiro deste ano, antes dos atos antidemocráticos. A oitiva do hacker na CPMI estava inicialmente marcada para o dia 10 de agosto, mas foi adiada diante da expectativa de uma possível delação premiada.

Em depoimentos anteriores à PF, Delgatti afirmou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) solicitou que ele invadisse as urnas eletrônicas e acessasse as contas de e-mail e o telefone do ministro Alexandre de Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“A oitiva de Walter Delgatti Netto, conhecido como ‘Hacker de Araraquara’, poderá auxiliar esta Comissão a esclarecer como a Deputada Carla Zambelli atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022. O depoimento nos parece fundamental para a investigação dos fatos desta Comissão de Inquérito”, afirmou a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), autora de um dos seis requerimentos para convocação do hacker.

A senadora ressaltou que é importante esclarecer as questões relacionadas às eleições, já que os fatos preparatórios para os ataques de 8 de janeiro também merecem atenção durante o processo de investigação, conforme está previsto no plano de trabalho da CPMI.

A presença de Walter Delgatti Neto na CPMI deve gerar desdobramentos significativos nas investigações em curso, fornecendo informações essenciais para o esclarecimento dos atos antidemocráticos. A expectativa é de que seu depoimento contribua para o entendimento de como determinados personagens políticos atuaram questionando a legitimidade do sistema eleitoral, gerando impactos potenciais nas eleições que ocorrerão em 2022.

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