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BHP Billiton firma acordo no Reino Unido para não financiar ação contra municípios no STF em caso de litígios judiciais no exterior

A mineradora BHP Billiton, uma das acionistas da Samarco, assinou um acordo no Reino Unido para não apoiar ou financiar uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) movida pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Essa ação questiona a possibilidade de municípios brasileiros moverem litígios judiciais no exterior, considerando a prática inconstitucional. Esse acordo é mais um capítulo da longa batalha judicial que tem como origem o rompimento da barragem em Mariana (MG) em 2015, que resultou em mortes e danos ambientais.

Após insatisfações com o processo de reparação no Brasil, atingidos e municípios buscaram amparo nos tribunais do Reino Unido e da Holanda para responsabilizar as mineradoras envolvidas no desastre. As audiências relacionadas a esses processos estão marcadas para os próximos meses e prometem avaliar a responsabilidade das empresas condenadas.

Recentemente, a Vale e a BHP Billiton fizeram um acordo para arcar com valores iguais em caso de condenação em qualquer um dos países. Enquanto isso, o Ibram moveu uma ação no STF buscando impedir que municípios brasileiros ingressem com ações em tribunais estrangeiros. Essa ação gerou reações, com o Coridoce solicitando participação no processo e o escritório Pogust Goodhead apresentando documentos que alegam envolvimento da BHP Billiton na mobilização do Ibram.

A BHP Billiton nega todas as acusações e afirma que o acordo no Reino Unido não impede a continuidade da ação no STF. Segundo a mineradora, a ação no Supremo é considerada desnecessária, já que existem processos em andamento no Brasil para tratar do caso. Além disso, os municípios envolvidos no Coridoce questionam o processo reparatório baseado no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), no qual não são devidamente ouvidos.

O Ibram defende a ação movida no STF como uma forma de preservar a soberania brasileira e garantir a transparência nas ações judiciais. Enquanto isso, o Movimento dos Atingidos por Barragem apoia a captação de recursos para viabilizar a ação dos afetados pelo desastre. A batalha judicial em torno do rompimento da barragem em Mariana promete continuar, com diferentes interesses em jogo e desdobramentos que ainda estão por vir.

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