
No cenário do Banco Central, a representatividade feminina está em discussão. Com o término do mandato da diretora Carolina de Assis Barros em dezembro e a possibilidade de a cúpula do BC se tornar exclusivamente masculina em 2025, a indicação de ao menos uma mulher torna-se uma questão relevante para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A nomeação para as três diretorias do BC será um teste para o governo em relação à diversidade de gênero. Em 2023, Lula não priorizou essa abordagem nas substituições na Esplanada, desconsiderando a indicação de mulheres para postos importantes, como no Supremo Tribunal Federal, apesar do discurso público de petistas em favor de maior representatividade feminina em posições de liderança.
Com Gabriel Galípolo como indicado à presidência do BC, o governo precisa escolher os próximos diretores para áreas-chave, como Política Monetária e Fiscalização. Nesse contexto, nomes como Juliana Mozachi, Isabela Damaso e Izabela Correa estão sendo cogitados para ocupar essas posições de destaque.
De acordo com fontes do governo, Lula ainda não definiu os próximos diretores do BC, mas mulheres estão sendo consideradas. A sabatina e votação da indicação de Galípolo no Senado tem sido o foco atual das discussões. Em meio a especulações sobre uma possível “dança das cadeiras”, a possibilidade de uma mulher chefiar a área de gestão de pessoas também está em pauta.
Historicamente, o Banco Central teve poucas mulheres em cargos de diretoria, com apenas cinco ocupando essas posições em quase 60 anos de existência da instituição. Tereza Grossi foi a primeira diretora mulher do BC e Maria Celina Arraes chefiou a área de assuntos internacionais. Ambas contribuíram significativamente para a instituição, mesmo em um ambiente majoritariamente masculino.
Atualmente, a presença feminina no BC ainda é pequena, com apenas 23,12% de mulheres entre os servidores ativos. Diante desse cenário, a ANBCB destaca a evolução do BC em relação à igualdade de gênero, mas ressalta a necessidade de mais representatividade feminina nos cargos de chefia.
QUEM É QUEM NO BC
Roberto Campos Neto, presidente
Mandato até 31.dez.24
Indicado por Jair Bolsonaro
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária
Indicado por Lula para presidente a partir de 2025, por quatro anos
Otavio Damaso, diretor de Regulação
Mandato até 31.dez.2024
Reconduzido por Jair Bolsonaro
Carolina de Assis Barros, diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta
Mandato até 31.dez.24
Reconduzida por Jair Bolsonaro
Diogo Guillen, diretor de Política Econômica
Mandato até 31.dez.25
Indicado por Jair Bolsonaro
Renato Dias de Brito Gomes, diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução
Mandato até 31.dez.25
Indicado por Jair Bolsonaro
Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização
Mandato até 28.fev.27
Indicado por Luiz Inácio Lula da Silva
Paulo Picchetti, diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos
Mandato até 31.dez.27
Indicado por Luiz Inácio Lula da Silva
Rodrigo Alves Teixeira, diretor de Administração
Mandato até 31.dez.27
Indicado por Luiz Inácio Lula da Silva