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Ministério da Saúde confirma duas mortes por febre oropouche no Brasil em mulheres jovens na Bahia: casos sob investigação em outros estados

O Ministério da Saúde divulgou hoje a confirmação de dois óbitos devido à febre oropouche no Brasil, o que representa uma situação inédita, já que não havia registros de mortes pela doença na literatura científica mundial. As vítimas foram identificadas como mulheres residentes no interior da Bahia, ambas com menos de 30 anos e sem histórico de comorbidades. Os sintomas apresentados pelas pacientes eram semelhantes aos observados em casos de dengue grave.

Além dessas mortes, o Ministério da Saúde está investigando um caso fatal em Santa Catarina, assim como a possível relação de quatro interrupções de gestação e dois casos de microcefalia em bebês com a febre oropouche, em estados como Pernambuco, Bahia e Acre. Por outro lado, foi descartada a relação da doença com um óbito no Maranhão.

No intuito de reforçar a vigilância sobre a transmissão vertical do vírus, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica orientando os estados e municípios a monitorarem atentamente a situação. A medida foi tomada após a detecção do genoma do vírus em um caso de morte fetal e de anticorpos em amostras de recém-nascidos com microcefalia.

De acordo com dados oficiais, neste ano já foram registrados 7.236 casos de febre oropouche em 20 estados brasileiros, com maior incidência no Amazonas e em Rondônia. Desde 2023, a detecção da doença foi ampliada no país, possibilitando o diagnóstico por meio de testes na rede pública em todas as regiões.

A febre oropouche é causada por um vírus transmitido principalmente por mosquitos, como o maruim e algumas espécies de Culex. No Brasil, o vírus foi isolado pela primeira vez em 1960. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares, podendo ser confundidos com os da dengue. Até o momento, não há um tratamento específico, sendo a terapia utilizada apenas para aliviar os sintomas. A maioria dos pacientes se recupera sem sequelas, mesmo nos casos mais graves.

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