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Traficante condenado por homicídio e ocultação de cadáver de estudante da Uerj no Morro do Dezoito, no Rio

A Justiça do Estado do Rio de Janeiro proferiu uma sentença condenatória contra o traficante Manuel Avelino de Sousa Júnior, acusado dos crimes de homicídio por motivo torpe e ocultação de cadáver da estudante de Artes Visuais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Matheusa Passareli Simões Vieira. O juízo da 1ª Vara Criminal, em conjunto com o 1º Tribunal do Júri, determinou uma pena de 18 anos e quatro meses de prisão em regime fechado, além de 12 dias-multa para o réu.

O crime em questão ocorreu no dia 29 de abril de 2018, no Morro do Dezoito, localizado no bairro da Água Santa, na zona norte da cidade. Segundo a denúncia do Ministério Público, Manuel Avelino atirou contra Matheusa, que estava em surto e despid, após sair de um evento próximo à comunidade. Ao ser abordada por traficantes locais, a estudante foi levada para o interior da comunidade e submetida a um “tribunal do tráfico”, que decretou sua morte. O réu então esquartejou o corpo da vítima com um facão e o incinerou no alto do morro.

O crime foi considerado como tendo sido motivado por razões torpes, demonstrando apenas o poder da facção criminosa que controla a comunidade. Os familiares de Matheusa nunca conseguiram ter acesso aos restos mortais da jovem, o que agravou ainda mais a dor da perda.

A irmã da vítima, Gabe Passarelli, confirmou a morte de Matheusa em uma publicação no Facebook na época do crime. A Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual da prefeitura do Rio de Janeiro também se pronunciou sobre o caso, lamentando a morte da estudante e relatando o aumento das denúncias de agressões a pessoas LGBTQ+ na região. Ainda assim, ressaltou que o aumento das denúncias pode significar também uma maior conscientização e busca por justiça por parte das vítimas.

Assim, a condenação do traficante Manuel Avelino representa uma vitória da justiça e um passo importante para a garantia de justiça em casos de crimes hediondos como este. Que a memória de Matheusa seja honrada e que sua tragédia sirva como alerta para a necessidade de combater a violência e o preconceito em todas as suas formas.

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