Agência BrasilDestaque

Acervo de Januário Garcia será preservado e difundido por duas instituições: Instituto Moreira Salles e Arquivo Edgard Leuenroth (AEL) da Unicamp

O acervo do fotógrafo e ativista Januário Garcia, que se estivesse vivo, completaria 80 anos nesta quinta-feira (16), será preservado e difundido por duas instituições de renome: o Instituto Moreira Salles (IMS) e o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Estas instituições estão encarregadas de armazenar, processar e expor a produção fotográfica e documental do artista. A previsão é de que, em dois anos, entre o final de 2025 e o começo de 2026, seja elaborado um projeto de exposição abrangente que apresente Januário Garcia ao público de maneira aprofundada e diversificada.

Nascido em Belo Horizonte, Januário Garcia faleceu no Rio de Janeiro em 30 de junho de 2021. Ele foi formado em comunicação visual pela International Camaramen School e possuía estágio no Studio Gamma, sob orientação do fotógrafo George Racz. Ao longo da sua carreira, produziu um dos registros mais importantes do ativismo e da cultura negra brasileira do século 20, capturando, em suas lentes, momentos marcantes das lutas do movimento negro, além de documentar figuras chave como Lélia González e Abdias do Nascimento. Seu acervo conta com mais de 100 mil fotos e, além disso, Januário atuou no mercado publicitário, no fotojornalismo e na indústria fonográfica.

Para realizar o processamento do acervo, o Instituto Moreira Salles está fazendo parcerias com a família de Garcia e o Arquivo Edgard Leuenroth, criando um conselho consultivo que acompanhará todas as etapas do projeto. No entanto, o IMS está ciente da importância do acervo não apenas do ponto de vista da inclusão e diversidade, mas também pela relevância de Januário como fotógrafo e liderança do movimento negro.

Vilma Neres, fotógrafa especializada em Januário Garcia, destaca a importância do mestre na construção da memória sobre os movimentos negros e as pessoas negras, ressaltando que ele retratava a humanidade das pessoas negras em diversas situações, trazendo um olhar rico e diversificado sobre a população negra. Ela salienta que Januário contribuiu significativamente para registrar a diversidade da humanidade negra, resistindo a estigmas e estereótipos.

O Instituto Moreira Salles enfatiza a importância de Januário Garcia para a fotografia brasileira, ressaltando que sua trajetória profissional foi grandiosa e significativa, além de seu engajamento e militância no movimento negro. Além disso, o IMS está passando por expansão de suas instalações e adequações até 2027, visando integrar mais seus espaços com a casa de Walter Moreira Salles e continuar atuando em parcerias culturais na realização de exposições e projetos.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo