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Historiador afirma que a violência no Equador é alimentada por péssimas condições de vida e trabalho.

Em meio a um cenário político conturbado, a violência toma conta do Equador dias antes das eleições. O país foi abalado com o assassinato do prefeito de uma grande cidade, de um candidato presidencial de direita e de um líder histórico do partido de esquerda que lidera as pesquisas. Além disso, uma candidata à deputada do mesmo partido sobreviveu a um ataque armado. Diante disso, surge a pergunta: quais são as forças econômicas e políticas interessadas nesse tipo de crime?

É importante destacar que estamos vivenciando um novo fenômeno, com raízes tanto nacionais quanto internacionais: a presença do crime organizado e das máfias criminosas. Esse crescimento tem sido constante, especialmente a partir de 2021. Estudos indicam que o encolhimento do Estado, resultado da ideologia do neoliberalismo equatoriano, contribuiu significativamente para esse aumento, desmantelando as capacidades de segurança e enfraquecendo os investimentos nas forças policiais e nas políticas sociais.

Os equatorianos estão vivendo com medo e impotência, pois não existe um Estado eficiente o suficiente para protegê-los. A corrupção e a infiltração do crime organizado no Estado estão ocorrendo de forma alarmante, e uma força de poder informal está se sobrepondo ao poder formal. O Estado mínimo acabou se transformando em Estado zero, resultando em violência generalizada e liberdade para o crime organizado.

Diante desse contexto, é fundamental fortalecer o Estado e implementar políticas sociais. A solução não está na militarização ou na repressão armada, mas sim na melhoria das condições de vida e trabalho da população. É necessário combater o desemprego, promover o trabalho digno, investir em educação de qualidade, redistribuir a riqueza de forma radical e universalizar a segurança social, as pensões e os cuidados de saúde.

Além disso, é importante analisar o período do governo de Rafael Correa e aprender com a verdadeira política e a luta de classes. O retorno a um Estado forte que priorize uma economia social orientada para o “Bem Viver” pode ser uma saída viável para enfrentar a violência política e os interesses econômicos. É necessário que os equatorianos estejam conscientes dessa mudança histórica de ciclos e compreendam os desafios que o país enfrenta.

Portanto, é esperado que o futuro governo assuma o desafio de combater a violência de forma efetiva. A complexidade do problema exige uma abordagem ampla, baseada em políticas públicas que garantam o bem-estar da população. A história tende a ser esquecida, mas é necessário que a maioria dos equatorianos entenda a situação atual e trabalhe para superar os desastres acumulados nos últimos anos.

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