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Comissão de Anistia pede desculpas aos imigrantes japoneses por perseguição e tortura durante a década de 1940 no Brasil




Comissão de Anistia pede desculpas a imigrantes japoneses por perseguição histórica

Nesta quinta-feira, 25 de janeiro, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos aprovou um importante pedido de desculpas em nome do Brasil aos imigrantes japoneses que foram vítimas de perseguição e tortura durante a década de 1940.

O requerimento, protocolado em 2015 pelo cineasta Mário Jun Okuhara e pela Associação Okinawa Kenjin do Brasil, finalmente obteve aprovação após anos de tramitação na Comissão. Sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pedido de reparação havia sido negado, levando as partes envolvidas a recorrer da decisão.

De acordo com a comunidade nipônica, durante os governos de Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra, 172 imigrantes japoneses foram submetidos a tortura e discriminação racial enquanto detidos no presídio Instituto Correcional de Ilha Anchieta, em Ubatuba, São Paulo.

Outro caso destacado foi a expulsão dos japoneses da cidade de Santos em 1943, quando a população teve menos de 24 horas para deixar suas casas, gerando angústia e insegurança entre os afetados.

Em 2023, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Comissão passou por uma reformulação. A nova composição reconheceu a perseguição política sofrida pela comunidade japonesa e seus descendentes, promovida pelo Estado na época.

Após uma decisão unânime a favor do pedido de desculpas, a presidente do Conselho, Eneá de Stutz e Almeida, expressou o pedido de perdão em nome do Estado brasileiro.

“Quero pedir desculpas pelas atrocidades, crueldades, torturas e preconceitos sofridos pelos antepassados de vocês. Desejo que essas histórias sejam contadas às novas gerações para que não se repitam”, declarou Eneá em um discurso emocionado.

A Comissão também aprovou um pedido de desculpas aos indígenas Kaiowá, que foram vítimas de perseguição e violência nas décadas de 1980 e 1990.


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