
A escalada da narrativa do medo em eleições ao redor do mundo
A narrativa do medo tem sido uma ferramenta recorrente em diversas eleições, alimentando a ideia de que determinados adversários representam uma ameaça ao futuro de programas sociais e econômicos. Tanto a esquerda quanto a direita têm utilizado esse recurso, muitas vezes de forma alarmante, ao sugerir, indicar ou prometer violência como consequência de uma derrota eleitoral.
No Brasil, o sistema eleitoral é auditável, com a possibilidade de verificação de cada urna por meio de boletins impressos e códigos escrutinados a cada pleito. Além disso, a transmissão de dados é realizada de forma desconectada da internet, evitando possíveis invasões.
No entanto, em um cenário de desconfiança alimentado pelo presidente Bolsonaro e seus aliados, as urnas eletrônicas foram alvo de ataques e dúvidas, que culminaram em protestos e invasões aos prédios dos Três Poderes em janeiro de 2023.
Essa não é uma prática exclusiva do Brasil. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também adotou a estratégia de questionar o sistema eleitoral após sua derrota em 2020, incentivando seus seguidores a invadir o Capitólio em 2021 para contestar a vitória de Joe Biden.
Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro seguiu a mesma retórica ao usar termos como “banho de sangue” para descrever possíveis consequências econômicas, aumentando a polarização e incitando seguidores.
Esses discursos violentos não ficam restritos apenas à retórica. Recentemente, representantes da extrema direita nos EUA, mesmo após um atentado contra Trump, têm ameaçado uma “guerra civil” caso o ex-presidente não seja eleito, alimentando um clima de tensão e instabilidade.