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Privatização e reestatização: Berlim reverte a privatização do serviço de saneamento após pressão social e insatisfação da população.

A privatização do serviço de saneamento gera controvérsias

A polêmica em torno da privatização do serviço de saneamento segue gerando debates e opiniões divergentes. Em uma entrevista exclusiva, Adalgisa Lavigne, presidente da Organização Nacional de Defesa Ambiental e Social (Ondas), criticou duramente o processo de privatização no Brasil, destacando diversas questões preocupantes.

Lavigne destacou que, apesar de a empresa responsável pelo saneamento ser lucrativa e já ter cumprido as metas de universalização em mais de 300 municípios, ainda há locais que não foram atendidos devido às dificuldades de acesso. Ela destacou que, no ritmo atual de investimento, a universalização só seria alcançada em 2033, sem pressa.

Para a presidente da Ondas, a meta estabelecida pelo governo de universalizar o atendimento até 2029 é uma “promessa falsa”, já que há falta de projetos e empresas de engenharia disponíveis para concluir as obras dentro do prazo. Além disso, ela alertou para uma possível queda na qualidade do atendimento com a terceirização de atividades na gestão privada, alegando que a capacitação de funcionários é um processo demorado e que salários baixos levam a alta rotatividade de pessoal.

Além disso, Adalgisa Lavigne criticou o processo de privatização em si, apontando que houve apenas uma proposta de acionista de referência e que o governo conduziu o processo de forma acelerada e direcionada. Segundo ela, a população ainda não percebeu as consequências da privatização, mas quando isso acontecer, o acionista já estará no controle da empresa.

Em Berlim, privatização e reestatização

Em Berlim, a experiência de privatização do serviço de saneamento não foi bem-sucedida. Após o governo vender parte das ações da empresa de água e esgoto para multinacionais do setor, a pressão social resultou na recompra das ações pelo poder público treze anos depois.

Esses exemplos mostram que a privatização do serviço de saneamento ainda é um tema controverso, com impactos significativos na qualidade e universalização do atendimento. O debate segue em pauta, com diferentes atores defendendo seus pontos de vista e buscando garantir o acesso à água e ao saneamento básico para todos.

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