
Apagão Cibernético: Brasil Passa Ileso, Mas Deve Agir
Na semana passada, um apagão cibernético generalizado paralisou várias nações, expondo vulnerabilidades em infraestruturas digitais e causando danos significativos. Curiosamente, o Brasil passou quase ileso pelo incidente. Será que estamos em um nível de segurança muito avançado?
Especialistas dizem que não e levantam questões sobre o estado da segurança cibernética no país. Esse aparente paradoxo merece uma análise mais aprofundada.
Cristiano Breder, especialista com décadas de experiência em empresas multinacionais dedicadas à proteção de sistemas digitais, é pragmático. “O Brasil não foi impactado pelo apagão porque está atrasado em termos de inovação e investimento em infraestruturas cibernéticas.”
O paradoxo é apenas aparente, porque a falta de investimento, embora seja um problema dramático, acabou funcionando como uma proteção não intencional. Como naquela história na qual um “homem das cavernas”, por estar isolado das tecnologias modernas, nunca corre risco de ser atacado por hackers.
Lá Fora
Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo
Apesar da ausência de danos imediatos no Brasil, isso não é motivo de comemoração. Pelo contrário. É um sinal de alerta para a necessidade urgente de investimentos sérios em segurança cibernética. A ignorância sobre os riscos e a falta de medidas adequadas são preocupantes.
Nesse caso não há vantagem nenhuma em ser brasileiro, se nada por feito, garante o meu amigo Cristiano, é só uma questão de tempo para sucumbirmos.
O Brasil tem a oportunidade de aprender com os erros dos outros países e investir em pessoas, processos e tecnologia.
A principal mensagem é clara: “Não existe proteção 100%”. O Brasil precisa adotar uma postura proativa em relação à cibersegurança.
O apagão da semana passada é um lembrete severo das verdadeiras vulnerabilidades digitais. Embora o Brasil tenha passado ileso desta vez, a complacência pode ser perigosa.
É preciso, sempre, investir em cibersegurança, desenvolver políticas públicas robustas, e educar profissionais e cidadãos sobre a importância da proteção digital.
Se tudo continuar assim no dia em que o Brasil sofrer uma pane séria, pode ter efeitos tão devastadores para a economia como aquele que em 1929, com o crash da bolsa e o fim da importação de carne, atirou a Argentina para a miséria.