Policiais da Rota se tornam réus por homicídio qualificado e manipulação de provas em operação na Baixada Santista.

O juiz Thomaz Correa Farqui, da 3ª Vara Criminal do Foro de Guarujá (SP), responsável pela decisão, ressaltou a gravidade do crime cometido pelos policiais militares, que atuaram como criminosos, executando uma pessoa imobilizada. Além disso, o magistrado destacou que os réus teriam manipulado as provas, apagando imagens das câmeras de segurança e alterando o local do crime, o que evidencia a periculosidade e o desvio de conduta dos acusados.
A decisão de afastar os agentes de suas funções foi justificada pelo juiz, que alertou para a possibilidade de que casos semelhantes possam repetir-se caso os policiais continuassem exercendo suas atividades. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo optou por não comentar a decisão judicial.
A Operação Escudo, realizada entre julho e setembro de 2023 na Baixada Santista, resultou em 28 mortes de civis. A ação policial foi uma resposta à morte do soldado da PM Patrick Bastos Reis, integrante da Rota, que foi assassinado no Guarujá. Contudo, moradores da região criticaram a operação, relatando execuções aleatórias de pessoas com histórico criminal.
Uma comissão composta por representantes de diversos órgãos, como a Alesp, OAB-SP, Defensoria Pública, Ouvidoria de Polícia e Condepe, coletou relatos dos moradores, evidenciando possíveis abusos cometidos durante a ação policial. A sociedade civil e organizações de direitos humanos têm acompanhado de perto o desenrolar desse caso, que levanta questões importantes sobre o uso da força policial e os direitos individuais dos cidadãos.