Acordo entre Hamas, Fatah e outros grupos palestinos é resposta ao genocídio em Gaza, avalia embaixador da Palestina no Brasil.
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Na última terça-feira (23), o Fatah e o Hamas, juntamente com outros 12 grupos políticos palestinos, assinaram um acordo de unidade nacional em Pequim, na China. Essa ação conjunta surge como resposta ao que muitos consideram um genocídio na Faixa de Gaza, realizado por Israel durante o conflito na região.
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, destacou a importância dessa união para a causa palestina, salientando que a luta pela criação de um Estado soberano e independente só será possível com a unidade entre os grupos. Este acordo, de acordo com Alzeben, é uma resposta direta às decisões de Israel em não reconhecer a existência do outro e em manter a ocupação do território palestino.
Este acordo foi mediado pelo ministro das relações exteriores da China, Wang Yi, e estabelece a formação de um governo interino com a participação de todas as facções para reconstruir Gaza e realizar uma eleição geral. Além disso, ficou acordada a colaboração para a realização de uma conferência internacional mediada pela ONU, com a participação de todos os atores influentes no conflito.
Historicamente divididos desde a guerra civil palestina de 2005, que separou a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, da Cisjordânia, controlada pelo Fatah, os grupos palestinos finalmente conseguiram entender a importância da unidade para a libertação do país. O presidente da Federação Árabe Palestina no Brasil, Ualid Rabah, ressaltou que essa unidade é fundamental para combater o genocídio, o apartheid e o colonialismo impostos a seu povo.
No entanto, o governo israelense se manifestou contra o acordo, criticando a união entre o Fatah e o Hamas. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a segurança de Israel permanecerá exclusivamente nas mãos do país.
Por outro lado, o acordo prevê o respeito ao direito internacional, com a busca por uma solução de dois Estados, onde a Palestina teria Jerusalém Oriental como capital. Essa iniciativa conta com o apoio das resoluções da ONU para garantir a integridade do território palestino.
Assim, a união dos grupos palestinos em um acordo de unidade nacional é um passo importante para a luta pela libertação do povo palestino e a construção de um futuro mais pacífico e próspero para a região. Este momento histórico reforça a necessidade de respeito ao direito internacional e a busca por soluções diplomáticas para o conflito na região.