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A propagação das gírias: desvendando termos do crime e sua popularização na sociedade atual.





Gírias nas prisões: entenda mais sobre o assunto

Não necessariamente quem fala as gírias tem envolvimento com grupos criminosos. Muitas dessas palavras ganharam popularidade no cotidiano da população, como o caso de “salve” e “corre”. Como de praxe na língua portuguesa, muitos termos ganharam, também, novos significados.

Confira algumas gírias populares que surgiram nas prisões:

  • Caminhada: informação ou trajetória
  • Catacumba: espaço mais baixo onde o preso dorme
  • Cagueta: Deixar escapar informação
  • Chapa está quente: situação ruim
  • Chicote vai estralar: vai dar confusão, vai dar problema
  • Cobrança: cobrar posição ou disciplina
  • Corre: ofício, forma de conseguir dinheiro
  • Cunhada: esposa do aliado
  • Fechou: concordou
  • Fita: situação
  • Jega: local onde o preso dorme
  • Lançar: criar ou apresentar
  • Meter o louco: agir por impulso, de forma não pensada
  • Milgrau: coisa boa ou coisa forte
  • Peitar: bater de frente, ir para confronto
  • Proceder: comportamento
  • Radial: andar na faixa, nos corredores da cadeia ou agir corretamente
  • Ramelar: vacilar
  • Salve: cumprimento ou advertência
  • Salve geral: comunicado
  • Talarico: traidor
  • Visão: esclarecimento

As gírias podem sofrer alterações regionais. Além da influência das características locais, cada facção também têm seu próprio dialeto.

Grande parte destas gírias foram catalogadas em livro. Em 2010, a antropóloga Karina Biondi frequentou diversas cadeias do estado e reuniu informações que a auxiliaram no lançamento do livro “Junto e misturado, uma etnografia do PCC”, lançado pela editora Terceiro Nome, onde desvendou boa parte dos verbetes utilizados nas prisões.

Muitas das gírias constam na chamada “cartilha do crime”. O documento, de sete páginas, tem logo na primeira linha o esclarecimento: “esse dicionário é uma ferramenta de extrema importância que deve ser analisada com muita prudência antes da aplicação das sanções para quem descumprir as determinações”. As regras foram publicadas pela coluna de Josmar Jozino no UOL, no mês passado.


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