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Relatório aponta que 208 indígenas foram assassinados no Brasil em 2023, segundo dados divulgados pelo Cimi

No Brasil, o ano de 2023 foi marcado pela triste estatística de 208 indígenas assassinados, conforme revelado pelo relatório “Violência Contra os Povos Indígenas”, divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) nesta segunda-feira (22). Esse número representa o segundo pior resultado desde 2014, quando o Cimi começou a utilizar dados oficiais para contabilizar homicídios de indígenas. Vale ressaltar que desconsideraram 17 homicídios classificados como culposos, ou seja, não intencionais.

O aumento de 15,5% em relação ao ano anterior, onde foram registrados 180 assassinatos, vai de encontro à tendência de redução dos homicídios no país. Enquanto o Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta uma diminuição de 3,4% nos homicídios em 2023 em comparação com o ano anterior, os indígenas enfrentam uma realidade oposta, com um cenário de violência e violações de direitos.

Os estados de Roraima, Mato Grosso do Sul e Amazonas lideram o ranking de assassinatos de indígenas em 2023. A maioria das vítimas tinha entre 20 e 59 anos, sendo a maioria homens. Esse cenário de violência é reflexo da continuidade das invasões, conflitos e ações violentas contra as comunidades indígenas em todo o país.

Além dos homicídios, o relatório do Cimi também aponta outras formas de violência contra os povos indígenas, como mortes evitáveis de crianças, suicídios, violações de direitos territoriais e violência por omissão do poder público. A falta de proteção e defesa dos territórios indígenas é destacada como uma das causas para os altos índices de conflitos e violências registrados.

Diante desse cenário alarmante, os ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública e da Saúde manifestaram que irão analisar o relatório divulgado pelo Cimi e se pronunciarão posteriormente. Enquanto isso, a Força Nacional de Segurança Pública tem atuado em terras indígenas para manter a ordem pública e garantir a segurança e integridade das comunidades. A esperança dos povos indígenas está na busca por soluções e políticas efetivas que garantam a proteção e o respeito aos seus direitos.

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