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Autistas pleiteando BPC: número deve crescer devido a demanda represada, aponta especialista. Revisões do benefício devem atingir 800 mil pessoas.




Autistas no BPC: demanda em crescimento

O número de autistas que pleiteiam o BPC deve continuar crescendo

Há uma demanda represada. Por mais que a gente esteja vendo um aumento de diagnósticos de autismo, ainda tem muito autista sem diagnóstico. O número de autistas no BPC vai continuar crescendo, conforme os diagnósticos vão sendo feitos, afirma Andréa Werner, deputada estadual de São Paulo (PSB) e presidente da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Assembleia paulista.

Como a maioria dos autistas já aprovados no BPC são crianças, os benefícios terão um caráter duradouro. Atravessarão a adolescência e, depois, a vida adulta, o que representa um período de tempo maior que o BPC pago para idosos, por exemplo. Este fator deve ser considerado na projeção do orçamento do programa para os próximos anos.

No caso dos idosos, o BPC também está crescendo devido ao envelhecimento da população. Além disso, com as regras de acesso à Previdência se tornando mais rígidas, mais pessoas devem recorrer ao BPC temporariamente até conseguirem a aposentadoria.

O BPC entrou na mira dos cortes do governo Lula após a disparada do dólar. Em 3 de julho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o corte de R$ 25,9 bilhões nos benefícios sociais, incluindo o BPC. Segundo Haddad, o valor foi levantado linha a linha do orçamento, excluindo programas que não se alinham ao espírito dos programas sociais. O Ministério da Fazenda não divulgou o montante específico a ser cortado do BPC.

A partir de agosto, 800 mil pessoas devem passar por reavaliação de benefícios, incluindo o BPC. A revisão será conduzida pelo INSS. O número exato de revisões previstas no BPC não foi informado pelo INSS. Além do BPC, o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez também estão sob análise.

“Tentam o tempo todo tirar a gente do jogo, do plano de saúde, do BPC, da escola, por causa do aumento do número de diagnósticos de autismo.”
– Daniela Foroni, diretora da Azuis da Leste, associação de familiares de autistas jovens e adultos da periferia de São Paulo


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