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Supremo de Bangladesh anula cotas de empregos no governo após onda de protestos estudantis e confrontos com a polícia




Supremo Tribunal de Bangladesh anula cotas de empregos no governo

Supremo Tribunal de Bangladesh anula cotas de empregos no governo

Após uma onda de protestos de estudantes durante a semana, o Supremo Tribunal de Bangladesh anulou neste domingo (21) a maior parte das cotas de empregos no governo. As manifestações foram provocadas pela revolta contra o sistema que reserva de 30% das vagas no serviço público para familiares de pessoas que lutaram pela independência do país, em 1971.

Rejeitando a decisão de uma instância inferior, a divisão de apelação da Suprema Corte determinou que 93% dos empregos públicos de Bangladesh devem ser abertos a candidatos por mérito. Com isso, 5% das vagas se destinarão às famílias dos combatentes, e os 2% restantes atendem pessoas com deficiência e outros grupos, conforme informou o procurador-geral Abu Mohammad Amin Uddin à agência de notícias Reuters.

Os atos se intensificaram a partir da terça-feira (16) e, até o momento, os confrontos entre policiais e manifestantes resultaram em pelo menos 115 mortes ao longo da semana, de acordo com estimativa da agência de notícias AFP. As autoridades ainda não divulgaram um balanço oficial sobre as mortes.

O sistema de cotas foi abolido em 2018, durante o governo da primeira-ministra Sheikh Hasina, mas foi retomado por um tribunal inferior no mês passado, causando a onda de protestos. Os serviços de internet e telecomunicações foram cortados na tentativa de conter os atos e permanecem suspensos desde quinta-feira (18). Reuniões públicas também foram proibidas pelas autoridades.

Após uma breve pausa para abastecimento, um toque de recolher foi restabelecido na sexta-feira (19), com militares patrulhando as ruas da capital, Daca, onde postos de controle do Exército foram montados. As manifestações, as maiores desde a reeleição de Hasina para um quarto mandato consecutivo neste ano, foram motivadas, em parte, pelo alto índice de desemprego entre os jovens e por problemas econômicos mais amplos, como inflação alta e reservas estrangeiras em declínio.

Os protestos também ressuscitaram divisões políticas antigas e sensíveis entre aqueles que lutaram pela independência de Bangladesh do Paquistão em 1971 e aqueles acusados de colaborar com Islamabad.


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