
Análise Eleitoral: Renovação e Confiança nas Eleições Municipais
Um dos aspectos marcantes das eleições municipais de 2016 foi a forte presença do sentimento de renovação. Naquele momento, o brasileiro estava extremamente desconfiado das instituições, e os governos locais não escaparam desse clima.
O índice de confiança nos prefeitos em 2016 era o mais baixo da série histórica, marcando apenas 32%. Como consequência, a taxa de reeleição dos prefeitos foi a menor do século, com apenas 46% retornando ao cargo. Muitos não se reelegeram, como o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, derrotado no 1º turno por João Doria.
Quatro anos depois, em meio à pandemia e incertezas, o ímpeto por renovação na política havia perdido força. Os prefeitos se destacaram ao confrontar as políticas de saúde negacionistas e antivacina do presidente Jair Bolsonaro.
Em 2020, prefeitos e presidente empataram em nível de confiança, com índice de 46 para ambos. Apesar disso, os incumbentes foram mais bem sucedidos nas eleições municipais do que Bolsonaro, com 63% conseguindo a reeleição.
Por outro lado, dos 18 candidatos a prefeito apoiados explicitamente por Bolsonaro naquele ano, apenas cinco foram eleitos, resultando em uma taxa de sucesso de 28%. Um verdadeiro fiasco, com derrotas em capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Os atuais governantes entram na campanha eleitoral de 2024 com um nível de confiança nove pontos acima do que tinham há quatro anos. Isso sugere que a taxa de sucesso nas eleições deste ano pode superar a de 2008, quando 69% dos prefeitos foram reeleitos.